Ensaio. Audi e-tron GT quattro: um elétrico apaixonante

A Audi quis lançar o seu elétrico de topo de gama e, para isso, incorporou nele o ADN tradicional da marca mas que aqui tinha de ser emblemático.

É fácil olhar para a dianteira e também para a traseira e perceber que se trata de um Audi. Na dianteira vemos a tradicional assinatura luminosa mas, fruto do modo como estão desenhados os pára-choques a desportividade está realçada, até mesmo no posicionamento dos radares instalados para controlo dinâmico da velocidade, para as três barbatanas horizontais que fazem parte da grelha inteligente deste modelo mas também para as laterais do pára-choques que servem como entradas de ar para uma melhor aerodinâmica do modelo e para arrefecimento dos próprios travões.

Neste formato Grand Turismo, este coupé é bonito sob, e sobre, qualquer ângulo e, a prova disso é quando circulamos em cidade e existe toda uma quantidade de olhares e curiosidade para o e-tron GT. Se a frente cativa, a traseira não lhe fica atrás com o seu difusor traseiro e o spoiler, numa mistura de desportividade, elegância e arrojo estético.

Lateralmente, destaca-se a pouca superfície vidrada por contraponto com muita chapa que lhe confere robustez. Também não é comum encontrarmos duas opções de carregamento: do lado direito e esquerdo da viatura, sendo uma para carregamentos mais rápidos que a outra. Também uma referência para as cavas das rodas traseiras mais pronunciadas que conferem robustez e desportividade.

O interior é também tipicamente Audi, com todos os instrumentos voltados para o condutor. Os materiais são, todos eles, de muito boa qualidade. O espaço à frente é bom, com bancos envolventes e encostos de cabeça integrado; atrás o espaço é também favorável para três ocupantes sendo que o único entrave vai para o formato coupé que obriga a ter mais algum cuidado com a cabeça, no momento de aceder ao interior do GT.

Mas o e-Ttron GT não podia viver só da estética, nem da tração às quatro rodas (com rodas traseiras direcionais); 476 cavalos e jantes de liga leve 20”.

Por isso valia a pena perceber como é que este Ggrand Turismo se comporta em estrada e o trajeto que escolhi não podia ser somente AE mas também cidade e estrada.

Os pontos que mais destaco, além da vivacidade que estes 476 cavalos nos proporcionam e que nos transportam para velocidades proibitivas é o modo como o Audi e-tron GT se cola literalmente ao asfalto com uma precisão da direção assinalável, um comportamento de exceção e com o sistema de tração a funcionar em pleno.

Como o Audi possui também suspensão pneumática adaptativa e regulável em altura com vários modos de condução tentamos perceber qual o nível de conforto percetível e comprovado: e a experiência não podia ser melhor; o Audi alia comportamento de exceção a conforto de utilização, demonstrando que é possível a conjugação destes dois mundos.

Em termos de ruídos aerodinâmicos nada de assinalar, sensibilidade aos ventos laterais não existe e a conclusão que se tira deste ensaio é que a Audi colocou a fasquia demasiado alta neste seu modelo elétrico que é um prazer conduzi-lo, galgar quilômetros em estrada e autoestrada e curiosamente, respeitando quase sempre os limites de velocidade conseguimos fazer perto de 1000 km com dois carregamentos, o que diz bem da qualidade do software que este modelo tem disponível e que consegue conjugar uma grande eficiência das baterias.

O Audi e-tron GT é daqueles automóveis que nos deliciamos a conduzir e que ensaiado percebemos detalhes como a qualidade percebida é idêntica à real, seja ao nível dos materiais seja ao nível do comportamento da viatura ,seja ao nível do conforto.

É sempre fácil encontrarmos pontos menos favoráveis numa viatura, principalmente quando ensaiámos já mais de 900 automóveis mas esses pontos são muitas vezes detalhes de gostos pessoais, sendo que atualmente, no meu caso, é muito difícil encontrar automóveis menos bons em qualquer segmento de mercado. Este, que se foca no segmento premium e comparando com a concorrência está nivelado pelos melhores.

Entre termos de equipamento o Audi tem obviamente quase tudo em termos de opcionais, pelo menos nesta viatura que ensaiámos que ronda os 132.000€, como por exemplo, o sistema de som de Bang Olufsen, teto panorâmico em vidro, bancos elétricos e aquecidos com memória, sistemas de água morto, manutenção de faixa de rodagem, radar ativo, entre muitos outros sistemas de segurança.