“Enquanto a Ucrânia aguentar”: Zelensky descarta presença de tropas da NATO no país para combater Rússia

Volodymyr Zelensky descartou esta terça-feira a possibilidade de as tropas francesas se juntarem ao esforço de guerra da Ucrânia com a Rússia: de acordo com o presidente ucraniano, isto é válido “enquanto a Ucrânia aguentar”.

“Enquanto a Ucrânia aguentar, o exército francês pode permanecer em território francês”, salientou Zelensky, em declarações à emissora francesa ‘BFM TV’.

Recorde-se que, no final de fevereiro, o presidente francês Emmanuel Macron deixou a sugestão que não era possível descartar o envio de tropas da NATO para a Ucrânia para apoiar o esforço de guerra de Kiev, uma ideia que tem sido rejeitada por muitos aliados ocidentais da Ucrânia devido a receios da escalada do conflito – o Kremlin já reagiu, garantindo que o envio de tropas da NATO aumentaria a guerra e correria o risco de o conflito se tornar nuclear.

“Não há consenso nesta fase” sobre colocar as botas ocidentais no terreno, indicou Macron, com o ministro da Defesa francês, Sébastien Lecornu, a garantir que os comentários se referiam às tropas da NATO envolvidas na remoção de minas ou no treino de soldados ucranianos.

“Se pudéssemos concordar com os aliados que, por exemplo, em vez de treinar soldados ucranianos no território da NATO e transportar milhares de soldados para, digamos, a Polónia ou a República Checa, faria muito mais sentido transportar algumas dezenas de instrutores para o solo ucraniano e treinar soldados ucranianos lá”, indicou o presidente checo, Petr Pavel, esta segunda-feira. “Do ponto de vista do direito internacional e da Carta da ONU, nada impediria as tropas dos Estados-membros da NATO – bem como os civis, por exemplo – de ajudar no trabalho na Ucrânia”, acrescentou.

A Polónia também parece concordar: “Não é impensável” colocar as forças da NATO no terreno, revelou o ministro dos Negócios Estrangeiros, Radosław Sikorski.

No entanto, a ideia está muito longe de ser consensual. “Não haverá tropas terrestres, nem soldados em solo ucraniano enviados para lá por países europeus ou estados da NATO”, garantiu o chanceler alemão, Olaf Scholz. “Botas no terreno não são uma opção para a Alemanha”, acrescentou o ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius.

No entanto, segundo o polaco Sikorski, “os soldados da NATO já estão presentes na Ucrânia”, acrescentando que gostaria “de agradecer aos embaixadores dos países que assumiram esse risco”. “Esses países sabem quem são, mas não posso divulgá-los”, frisou.

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