Enfrenta hoje primeira volta das eleições legislativas: França e Europa podem mergulhar na incerteza e instabilidade global

Depois de ter sido derrotado pelo Rassemblement National nas eleições europeias, o presidente francês Emmanuel pediu a dissolução da Assembleia Nacional. Os eleitores terão agora de voltar às urnas para eleger 577 deputados, este domingo para a primeira volta e a 7 de julho para a segunda.

Com o seu sistema de governo semipresidencial híbrido único, a possibilidade de não se chegar a um resultado claro levanta uma série de resultados hipotéticos que podem mergulhar França e a Europa na incerteza num momento crítico de instabilidade global.

Como funcionam as eleições legislativas?

Há 577 lugares na Assembleia Nacional. Na primeira volta das eleições, os eleitores franceses escolhem um dos candidatos que concorrem no seu círculo eleitoral.

Se um candidato conseguir obter a maioria absoluta dos votos (mais de 50% dos votos com pelo menos 25% dos eleitores inscritos), ganha automaticamente.

No final desta primeira volta, se nenhum candidato obtiver a maioria absoluta, é organizada uma segunda volta para 7 de julho. Qualquer candidato que tenha obtido mais de 12,5% dos votos pode passar à segunda volta. O candidato mais votado na segunda volta ganha um lugar na Assembleia Nacional.

Rassemblement National mantém liderança, aponta sondagem

O partido de extrema-direita francês Rassemblement National mantém a liderança sobre a Frente Popular de esquerda e o bloco ‘macronista’, antes da primeira volta das eleições legislativas deste domingo em França.

A União Nacional (RN, na sigla em francês) tem 36% das intenções de voto, o mesmo número que no último estudo de opinião do Ifop, ao passo que a coligação das esquerdas Frente Popular continua com 28,5% e o bloco do presidente da República francês, Emmanuel Macron, se mantém nos 21%.

O partido conservador Os Republicanos (LR, na sigla em francês) sofre uma descida ligeira, meio ponto percentual, para 6%.

A sondagem, realizada para o diário ‘Le Figar’o, o canal televisivo ‘LCI’ e a ‘Sud Radio’, prevê entre 220 e 260 mandatos parlamentares para a RN e seus aliados, aquém dos 289 necessários para obter uma maioria absoluta na Assembleia Nacional francesa.

A Frente Popular conquistará entre 180 e 210 deputados e o bloco de Macron entre 75 e 110, o que, a confirmar-se, representará uma acentuada queda, em relação aos 250 que obteve há dois anos.

O conservador LR elegerá entre 23 e 50 deputados, e o parlamento terá ainda entre cinco e nove independentes de esquerda.

Atualmente, o bloco de Macron tem uma maioria relativa de 250 deputados, a extrema-direita tem 88, a esquerda 149 e o LR 61. Há também 22 regionalistas de diversos territórios e sete não-inscritos.

Cerca de 66% dos inquiridos afirmam a intenção de votar na primeira volta (mais 1,5 pontos percentuais que na anterior sondagem). A título de comparação, na primeira volta de 2022, a taxa de participação foi de apenas 47,51% dos eleitores.

Além disso, 82% dos que disseram que vão votar estão certos da sua escolha, enquanto 18% indicaram que poderão ainda mudar de ideias.

A sondagem foi realizada com base numa amostra de 2.343 pessoas.

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