Enchente nas urgências do SNS já contagiou hospitais privados e fez aumentar tempos de espera

Os longos tempos de espera e crescente afluência às urgências hospitalares do Serviço Nacional de Saúde (SNS) estão a alastrar-se também aos hospitais privados na área da Grande Lisboa.

Segundo avança o Expresso, o atendimento nestes serviços em três grandes unidades privadas de Lisboa está a registar grande procura e até há registo de entrada de doentes graves a precisar de reanimação e encerramento temporário de serviços, devido ao ‘entupimento’.

Um dos casos é a CUF Sintra, onde os médicos relatam estar “assoberbados”: de entre 70 a 80 atendimentos por dia, passou-se para 100 e até 140 doentes recebidos nas urgências deste hospital.

“Na semana passada, a meio do dia tínhamos 66 doentes para observar. Às 22 horas estávamos a ver os doentes do meio-dia”, conta um médico ao mesmo jornal, indicando que a admissão teve de ser fechada.

O Hospital da Luz relata um cenário semelhante: “A afluência é mais significativa, mas está em linha com o que é habitual para esta época do ano. Temos, ainda assim, verificado um crescimento gradual das médias de admissões aos nossos atendimentos urgentes ao longo dos últimos anos”.

Também no Hospital dos Lusíadas a urgência tem estado cheia, mas os médicos adiantam que têm “conseguido acomodar tudo”, ainda que admitam expetativa com as próximas semanas.

Segundo relatam os profissionais, a maioria dos doentes têm seguro ou subsistema de saúde, mas os atendimentos particulares têm também subido. Igualmente, exemplificam que já há doentes com pulseira amarela (urgente) e laranja (muito urgente) a procurar as urgências dos privados, que não conseguem atender no tempo definido.

Há ainda outro problema: quando os doentes são graves e precisam de internamento, 70% destes pede para ir para o SNS, o que obriga um medico a levá-los ao internamento dos hospitais públicos, desta forma desfalcando as equipas nos privados e aumentando ainda mais a pressão.

Perante esta realidade, os vários hospitais privados que têm registado grande afluência estão a apelar ao recurso a alternativas às urgências, apostando no reforço de canais de comunicação por telefone, teleconsultas, consultas do dia sem marcação e serviços domiciliários.

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