Empresas portuguesas querem continuar a contratar, mas não será tanto como no ano passado

As intenções de contratação das empresas portuguesas continuam positivas para o último trimestre de 2024. No entanto, embora o crescimento seja contínuo, ele mostra um abrandamento em comparação ao mesmo período do ano anterior, com uma queda de 16 pontos percentuais em relação a 2023, quando as expectativas de contratação estavam num dos seus picos pós-pandemia.

O ManpowerGroup Employment Outlook Survey revela uma Projeção para a Criação Líquida de Emprego de +19%, com 35% das empresas pretendendo aumentar suas equipas. No entanto, 16% preveem reduções e 48% planejam manter o número atual de colaboradores.

Portugal apresenta uma das menores projeções de contratação em comparação global, sendo o quarto país com o maior abrandamento face ao mesmo período do ano anterior.

Rui Teixeira, Country Manager do ManpowerGroup Portugal, aponta que o cenário de instabilidade política, juntamente com eventos globais, como as eleições nos EUA e os conflitos na Ucrânia e no Médio Oriente, estão a contribuir para uma postura mais cautelosa das empresas portuguesas. Além disso, o abrandamento económico em grandes potências como a Alemanha e a França também influencia o clima de incerteza.

Os setores de Transportes, Logística e Automóvel destacam-se com uma projeção de +28%, seguidos por Finanças e Imobiliário (+25%) e Energia e Utilities (+22%). Todos os setores, no entanto, registam abrandamento em comparação ao ano anterior, refletindo uma desaceleração na criação de novos empregos.

Os setores de Tecnologias de Informação e de Comunicação e Media destacam-se pelas maiores reduções nas intenções de contratação. As previsões de contratação para estes setores caíram consideravelmente em comparação ao ano anterior.

A Grande Lisboa lidera as projeções regionais com +24%, seguida pela Região Centro (+17%). Em termos de tamanho empresarial, as médias empresas são as que mais preveem aumentar as suas equipas, com uma projeção de +37%.

A nível mundial, a Projeção para a Criação Líquida de Emprego é de +25%, com a Índia a liderar o ranking global (+37%). A região EMEA, que inclui Portugal, tem uma projeção de +21%, com uma ligeira melhoria face ao trimestre anterior, mas mantendo as previsões mais conservadoras em termos globais.

O estudo foi realizado com mais de 40.000 empregadores em 42 países e territórios.

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