Empresas portuguesas e Inteligência Artificial apoiam gestão de água da rede em Maputo

Duas empresas portuguesas desenvolveram uma solução tecnológica com recurso a Inteligência Artificial para apoiar a gestão da Águas da Região Metropolitana de Maputo (AdRMM), nomeadamente ao nível de perdas, estimando uma poupança anual superior a 90 mil euros.

Em comunicado divulgado hoje, a empresa portuguesa LTPlabs, especialista em análise avançada de dados, refere que desenvolveu esta solução em parceria com a consultora MAAT, implementando “várias medidas que permitem a redução de despesas, bem como de perdas comerciais e físicas, e o aumento da eficiência nos serviços das Águas de Maputo”.

“Para o terreno, a equipa portuguesa criou um ‘chatbot’ no Telegram para apoiar os colaboradores na resolução de problemas com fugas de água e cobrança do serviço aos consumidores. Os resultados são animadores, com milhares de euros poupados aos serviços de águas da capital moçambicana”, lê-se no comunicado.

Na avaliação da situação da Águas da Região Metropolitana de Maputo, acrescenta, foram detetados problemas ao nível de perdas físicas, devido à “fraca monitorização da rede, ausência de manutenção preventiva, elevadas manutenções provisórias, custos energéticos elevados”, bem como nos recursos humanos, dados e a cobranças.

“Cientes de uma situação urgente a resolver”, a AdRMM “pediu apoio às duas empresas portuguesas e foi criada uma estratégia para a solucionar”, recorda ainda.

O projeto da LTPlabs, intitulado de Sales Lab, parte integrante de um programa de transformação global da organização denominado de DROP, com o apoio do Banco Mundial e criado em parceria com a MAAT, “teve por base a análise avançada de dados, com recurso à Inteligência Artificial, e permitiu executar um conjunto de medidas, estimando uma poupança anual de pelo menos” 6,5 milhões de meticais (mais de 90 mil euros).

“Estamos muito satisfeitos com as soluções apresentadas. Tratou-se de um projeto bastante abrangente onde trabalhámos na melhoria do sistema, desde a operação até ao cliente final, incluindo também um programa de incentivos para a utilização responsável da água, um relatório constante de avarias, fugas e problemas, e novas modalidades de faturação. O problema é sério e contamos com o apoio essencial da MAAT para adaptar as necessidades do país à capacidade de execução”, explicou Bruno Batista, manager da LTPlabs, citado no comunicado.

Neste processo, a LTPlabs refere que também potenciou o aumento da capacidade analítica na empresa moçambicana, com transformação de processos na leitura dos contadores, e que está a igualmente a ser desenhado um programa de incentivos aos clientes para melhorar a cobrança e sustentabilidade da AdRMM.

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