Empresas portuguesas debatem-se com falta de matéria-prima e de contentores

A indisponibilidade de matérias-primas e produtos intermédios e dificuldades nos circuitos comerciais, por falta de contentores, são os novos constrangimentos apontados pelas empresas portuguesas, a que se junta a “nova realidade” na organização do trabalho no pós-pandemia.

De acordo com as conclusões do inquérito mensal de junho da Associação Empresarial de Portugal (AEP) junto de 300 empresas associadas, para “avaliar os principais entraves à recuperação da atividade empresarial”, estes “novos constrangimentos” identificados são motivo de “preocupação”.

Segundo avançou à agência Lusa o presidente da AEP, o inquérito revelou ainda “sérias dificuldades nas fontes de financiamento”, destacando-se entre as “áreas problemáticas” apontadas pelas empresas a “insuficiente capacidade de autofinanciamento”, o “crédito bancário com condições restritivas” e a “alocação desadequada dos fundos europeus relativamente às necessidades das empresas (por exemplo, na digitalização e inovação)”.

De acordo com Luís Miguel Ribeiro, “para além de identificarem estes novos constrangimentos, que vêm dificultar ainda mais a já débil situação em que vivem, fruto da pandemia, as empresas continuam a reportar as habituais dificuldades”.

Assim, ao nível do sistema fiscal “apontam a elevada carga fiscal, as contribuições sociais e a instabilidade dos normativos fiscais”, enquanto, na justiça, “a morosidade dos processos continua a figurar na lista das maiores dificuldades”.

No que toca ao mercado de trabalho, a “rigidez da legislação laboral”, a “falta de flexibilidade em face dos novos desafios” e a “mão-de-obra desadequada às necessidades” são outros aspetos negativos referidos pelas empresas inquiridas.

“Tal como na justiça, a burocracia também continua a dificultar a atividade. Os empresários consideram-na excessiva, nomeadamente no que toca à fiscalidade e aos processos judiciais e no comércio internacional, em especial no processo de certificação das exportações”, referiu o líder da AEP.

No inquérito, a associação questionou ainda que outras medidas os empresários consideram importantes para a rápida retoma da atividade económica, tendo as respostas sido “unânimes”: todos reclamam “um forte apoio ao investimento produtivo, horários alargados no comércio e abertura de atividades culturais e de diversão ao ar livre (festivais, concertos, jogos de futebol, bares e discotecas) e maior flexibilidade laboral”.

Segundo a associação, as empresas reivindicam ainda a “rápida retoma da mobilidade e a abertura plena das atividades ligadas à indústria turística, a redução da carga fiscal e dos encargos com o Estado, um investimento no setor privado em detrimento do Estado e uma rápida vacinação de toda a população”.

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