Empresas mais afetadas pela crise pandémica precisarão de ser capitalizadas
O Banco de Portugal estima que as empresas mais endividadas e mais afetadas por quebras de vendas devido à crise pandémica terão mais necessidades de capitalização, segundo a publicação designada ‘Economia numa imagem’.
Na publicação de hoje, o Banco de Portugal cita os dados relativos à capitalização das empresas em dezembro de 2020 para considerar “que os esforços de capitalização venham a ser mais importantes para as empresas que já se encontravam em situação de fragilidade financeira ou que foram especialmente afetadas pela redução das vendas”.
No Inquérito Trimestral às Empresas Não Financeiras, a percentagem de empresas com capitais próprios negativos era de 5% em 2020 (acima dos 4% de 2019) e estima o Banco de Portugal que essa proporção passe para 6% em 2021.
Contudo, a evolução será divergente entre setores.
No caso das empresas de alojamento e restauração, a proporção destas com capitais próprios negativos passou de 4% em 2019 para 16% em 2020 e o Banco de Portugal estima que no próximo ano esse valor passe a 26%, ou seja, mais de um quarto das empresas de alojamento e restauração terão capitais próprios negativos.
Também as empresas de transportes e de atividades administrativas, de consultoria e serviços de apoio deverão agravar os capitais próprios, mas diz o Banco de Portugal que será numa “magnitude inferior”.