Empresas de software “com a corda no pescoço” com a nova ordem “anti-hackers” de Biden

Joe Biden assinou, esta quarta-feira, uma ordem executiva esperada há muito tempo pelos Serviços de Inteligência norte-americanos, que obriga todas as empresas de software, desde os gigantes Microsoft e Apple até às mais pequenas start-ups, a compartilhar com a administração informações, denunciar ataques e até vender determinados sistemas, sempre que estiver em causa a segurança nacional.

O setor espera agora mais detalhes sobre esta ordem, mas já manifestou o seu descontentamento e apresenta os mesmo argumentos que já tinha elencado durante a era Trump: este tipo de partilha com o Governo só vai manchar a reputação das empresas, porque quebra o laço de confiança entre cliente e comerciante, e portanto vai acabar por reduzir as receitas.

Outra preocupação desta indústria é saber se terão “gastos a mais para cumprir toda esta burocracia, dado que se tal acontecer as empresas mais pequenas vão ter sérios problemas de sobrevivência financeira”, como explica Amit Yoran,  CEO da empresa de segurança cibernética, Tenable.

Por outro lado, estarão os Serviços de Inteligência e Agências prontos para receber terabytes e terabytes de informação das grandes empresas como a Microsoft ? Os espiões informáticos não se irão perder no meio de tanta informação? E se assim for, qual é então a utilidade deste procedimento?

Estas perguntas, feitas por muitos especialistas na matéria, como Alex Iftimie, advogado da  Morrison Foerster LLP, especializado em segurança informática, já tiveram uma resposta pelo menos parcial da parte da Casa Branca, mas continuam a provocar o pânico nestas empresas.

Nos próximos 45 dias, as agências de Biden preveem anunciar uma tabela com o tipo de acidentes e informações informáticas que as empresas devem enviar ao Governo.

“Esperemos que isto se aplique sobretudo aos grandes players, que aliás já trabalham com a administração, sob pena de este tipo de ordem executiva poder mesmo asfixiar as pequenas e médias empresas da área do software”, concluiu Iftimie.

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