Empresas contrataram, em média, 24 novos funcionários em 2024. Números são bem inferiores aos do ano passado

As empresas contrataram 24 novos funcionários em 2024, o que representa uma diminuição de 13% em comparação com o ano anterior. A escassez de candidatos surge como a maior dificuldade no recrutamento, e as empresas inquiridas consideram que o governo português é parcialmente desfavorável ao setor empresarial.

Esta é uma das conclusões de um questionário realizado pela EGOR este mês a 35 empresas da área metropolitana do Porto, durante o evento Atualiza RH.

A maioria das empresas participantes do inquérito pertence à indústria portuguesa e setores relacionados, como Transporte e Logística. Quase 90% dos inquiridos (89%) apontam a falta de candidatos como o principal obstáculo, enquanto outras dificuldades incluem a falta de candidatos qualificados, a retenção de talento e expetativas salariais elevadas.

As questões orçamentais foram identificadas como o principal impedimento ao crescimento do recrutamento, com metade das empresas a considerá-las relevantes. Além disso, cerca de 22% dos inquiridos indicam que a legislação também dificulta a contratação de novos funcionários.

Apesar da redução nas contratações, mais de 60% das empresas afirmam a intenção de recrutar nos próximos três meses, e estimam, em média, a contratação de pelo menos 15 novos funcionários em 2025, embora 44% admitam ainda não ter feito previsões para o próximo ano.

Os fatores mais valorizados no perfil de um candidato, por ordem de importância, são: experiência profissional, soft skills e remuneração expectável. As empresas inquiridas empregam, em média, cerca de 170 funcionários, e metade mantém as equipas presencialmente no local de trabalho todos os dias da semana.

Neste contexto de discussão do Orçamento de Estado, os empresários aguardam orientações que possam advir do novo orçamento em termos de políticas económicas. Contudo, existe um sentimento generalizado de que a conjuntura económico-política dos últimos 20 anos não tem favorecido as empresas, o investimento e o empreendedorismo.

“Sabendo que os empresários são, por definição e também por inerência, pessoas com um elevadíssimo grau de auto-motivação, não deixará de ser importante que toda a sociedade, de uma maneira geral, contribua positivamente para um clima que seja favorável ao investimento, ao sucesso do sector empresarial, ao empreendedorismo, às novas ideias para se fazer mais e melhor, pois não há nada mais forte que um círculo vicioso positivo”, reflete João Lourenço, Diretor Executivo The Bridge Norte.

Ler Mais