Emprego em Portugal não responde ao aumento de jovens diplomados, aponta relatório
Em Portugal, o grande aumento do número de jovens qualificados que entrou no mercado de trabalho entre 2000 (12,8%) e 2016 (35%) não responde à oferta de emprego disponível no país, aponta o relatório “Porque é que a percentagem de trabalhadores sobre-qualificados é tão elevada em Portugal?”, que será divulgado no dia 18 de outubro, pelas 15h, no lançamento do Observatório do Emprego Jovem (OEJ).
O desemprego jovem aumentou muito mais rápido do que o desemprego entre a população em geral. Na verdade, assistiu-se durante a crise pandémica a uma destruição de emprego entre os trabalhadores precários que não tem paralelo no passado recente, mesmo quando comparado com as crises de 2008 e 2011. Para compreender o fenómeno é necessário ter em conta que a situação laboral dos jovens já se tinha degrado muito antes da crise pandémica.
Em causa está o peso reduzido das indústrias e dos serviços de alta tecnologia na economia portuguesa, bem como uma baixa capacidade de contratação do setor público imposta devido à austeridade resultante do débil crescimento da economia nos últimos anos, refere ainda o mesmo documento.
A par do primeiro documento, irão ainda ser dadas a conhecer as conclusões do relatório “Os jovens no mercado de trabalho em Portugal (2007-2019)”.
“Em Portugal o emprego jovem é mais volátil e mais vulnerável a situações de instabilidade económica do que na maioria dos países da OCDE. Os jovens portugueses têm, não só empregos mais instáveis do que o conjunto da população, como salários medianos inferiores”, é referido no comunicado de imprensa emitido hoje a propósito da apresentação dos relatórios.
No evento, que terá início pelas 15:00, no auditório JJ Laginha do Iscte – Instituto Universitário de Lisboa, estarão presentes a Reitora do Iscte, Maria de Lurdes Rodrigues, bem como Miguel Cabrita, secretário de Estado Adjunto, do Trabalho e da Formação Profissional.