Embaixador da Rússia em Lisboa chamado ao MNE para prestar “esclarecimentos” sobre morte de Navalny

O Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) informou esta terça-feira, em comunicado, que convocou o Embaixador da Rússia em Lisboa com o objetivo de prestar “esclarecimentos” sobre a morte de Alexei Navalny, principal opositor de Putin, que morreu na passada sexta-feira, na colónia penal onde estava a cumprir pena.

“O Ministério dos Negócios Estrangeiros convocou o Embaixador da Federação Russa em Lisboa para prestar esclarecimentos no seguimento da morte de Alexei Navalny, um dos principais opositores políticos do regime de Vladimir Putin”, indica nota do MNE.

O opositor russo Alexei Navalny, um dos principais críticos de Vladimir Putin, morreu na prisão, anunciou na sexta-feira o serviço penitenciário federal da Rússia.

Navaly, 47 anos, estava numa prisão no Ártico, a cumprir uma pena de 19 anos de prisão sob “regime especial” e, de acordo com aqueles serviços, sentiu-se mal depois de uma caminhada e perdeu a consciência.

Passados uns escassos três dias da morte de Alexei Navalny, principal opositor de Putin, na colónia penal onde estava a cumprir pena de prisão, o Presidente russo promoveu o vice-diretor dos Serviços Prisionais Federais (FSIN).

Segundo assinala o Governo russo em comunicado, o decreto que determina a promoção de Valery Boyarinev ao posto de coronel-general foi assinado por Putin a 19 de janeiro, esta segunda-feira, tendo os serviços prisionais anunciado a morte de Navalny na sexta-feira.

Segundo adiantam fontes ao canal independente iStories, Boyarinev terá dado pessoalmente ordens para que a prisão onde Navalny estava detido limitasse a quantidade de dinheiro que o opositor podia gastar em comida.

Para além de Boyarine, houve mais uma dezena de outros oficiais do FSIN a serem promovidos pelas autoridades russas, revela o mesmo decreto.

Autoridades russas só libertam corpo daqui a duas semanas
O corpo de Alexei Navalny, principal opositor de Putin, que morreu na passada sexta-feira, num campo penal russo, só será libertado pelas autoridades daquele país daqui a duas semanas.

Segundo indicou esta segunda-feira a porta-voz da equipa de Navalny, citada pela Sky News, “os investigadores disseram aos advogados e à família de Alexei que não lhes entregariam o corpo”.

Segundo explicou “está a ser alvo de um tipo de ‘exames químicos’ nos próximos 14 dias”, e só depois será libertado.

As revelações surgem depois da mulher de Navalny, Yulia Navalnya, ter dito que acredita que o marido foi envenenado com o agente neurotóxico novichock novamente, e que as autoridades russas estão a esconder o corpo de forma a que os vestígios sejam eliminados do corpo.

Num discurso transmitido por vídeo, a mulher de Navalny diz que “Putin matou Alexei”, e que subsequentemente as autoridades russas estão a esconder o corpo do opositor russo, de forma a garantir que os vestígios do veneno usado desaparecem.

Yulia diz que o marido foi morto porque “Putin não conseguiu dobrá-lo à sua vontade”.

“Vamos revelar detalhes em breve. E vamos definitivamente descobrir quem levou a cabo este crime e como o fez exatamente. Vamos mostrar os nomes e as caras [dos culpados]”, prometeu.

Yulia Navalnaya deu a entender que o marido voltou a ser envenenado com novichock, tal como em agosto de 2020, altura em que o opositor foi hospitalizado em estado grave.

A viúva argumenta que a família ainda não teve acesso ao corpo porque as autoridades russas estão à espera que o agente neurotóxico deixe de aparecer nas análises ao corpo.

“Quero viver numa Rússia livre, quero construir uma Rússia livre. Continuarei o trabalho de Alexei Navalny”

Desde o anúncio da morte de Alexei Navalny, na sexta-feira, muitos países ocidentais acusaram o regime russo de ser o responsável.

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