Em tempos de pandemia. Ryanair é a primeira companhia a atrair o mercado com emissão de 850 milhões
A companhia aérea irlandesa Ryanair emitiu 850 milhões de euros em títulos, esta terça-feira, tornando-se assim a primeira grande companhia europeia a fazê-lo, desde o início da pandemia.
As obrigações a cinco anos com rendibilidade de 3% geraram uma procura dos investidores superior a 4,4 mil milhões de euros, mais de cinco vezes superior ao montante emitido.
Mark Lynagh, codiretor dos mercados de dívida Emea do BNP Paribas, que trabalhou na questão, disse ao ‘Financial Times’ que a colocação foi um “exercício de refinanciamento” que permitiu à Ryanair obter 850 milhões que será pago no próximo verão.
Esta é a primeira colocação de títulos por uma companhia aérea europeia no atual contexto marcado pela Covid-19, mas segue-se à já realizada pela Finnair que, no mês passado, captou 200 milhões de dívida híbrida.
A Ryanair, como o resto das companhias aéreas, sofreu fortemente com o impacto da pandemia do novo coronavírus, sendo forçada a paralisar as operações enquanto as restrições à mobilidade eram introduzidas pelos governos.
No primeiro trimestre fiscal, encerrado em junho, perdeu 185 milhões de euros e anunciou que realizará uma percentagem reduzido de operações nos próximos meses na expectativa de que a procura não recupere no curto prazo.
A S&P confirmou esta semana a classificação da companhia aérea ‘BBB’, considerando-a uma das companhias aéreas “com maior solidez financeira do setor” e estimando que poderá ter fluxo de caixa positivo positivo para o ano fiscal de 2022. No entanto, a perspetiva é ‘negativa, tendo em conta a incerteza quanto à recuperação do tráfego de passageiros.