Elon Musk está viciado em créditos regulatórios. “Bandeira vermelha” à vista?

Michael Burry apostou 492 milhões de euros contra a Tesla. Para o investidor, a empresa de Elon Musk é demasiado dependente dos créditos regulatórios para gerar lucros, pelo que Burry acredita com todas as forças que face a esta sustentação financeira artificial, as ações da gigante automóvel vão cair.

Michael Burry tem razão?

A Tesla faturou durante o primeiro trimestre, só em créditos regulatórios, 437 milhões de euros, um quarto do lucro total obtido pela empresa durante este período, o que significa que, se Biden interromper este apoio dado às empresas automóveis, a gigante de Elon Musk arrisca-se a perder liquidez financeira. Portanto sim, Burry tem razão.

O que são créditos regulatórios? Como funcionam?

Antes de mais, há que esclarecer que, tanto na Europa, como na China, este tipo de nomenclatura não existe, apesar de o sistema de controlo das emissões operado por Bruxelas ser semelhante.

Os créditos regulatórios são um mecanismo jurídico norte-americano atribuído todos os trimestres às empresas automóveis que reduzirem o número de emissões, tendo estas ainda capacidade de vender estes títulos a outros players do mercado.

No caso português, por exemplo, e à semelhança dos restantes 26 Estados membros da UE, esta matéria é regulada pelo mercado europeu do carbono, onde cada empresa tem um plafond de emissões, mas onde, ao mesmo tempo, é tributada à tonelada, pelas emissões de carbono de que seja culpada. Na semana passada, o bloco assistiu pela primeira vez à subida do preço do carbono para 50 euros a tonelada.

Nos EUA, a Califórnia e pelo menos outros 13 Estados obrigam as construtoras de automóveis a produzir um determinado número de veículos denominados de emissores zero (ZEV). O número de carros deste género que devem ser fabricados depende sempre da estimativa do número total de caros vendidos apresentado por cada marca.

Todas as empresas automóveis recebem créditos regulatórios do Governo por este tipo de construção. O valor é mais avultado mediante a gama construída e o alcance dos veículos.

Como a Tesla só vende carros elétricos sob a categoria ZEV, a empresa regista sempre um excedente de créditos regulatórios que pode efetivamente vender com 100% de lucro.

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