Elon Musk com 100% das ações representa uma “rutura total” para o Twitter, explica analista
O presidente da Tesla, Elon Musk, que adquiriu recentemente uma participação de 9,2% no Twitter, ofereceu-se para comprar as restantes ações que não possui da empresa pelo preço unitário de 54,20 dólares e tirar a empresa de Wall Street.
Num documento enviado ao regulador da bolsa de valores dos EUA na quarta-feira, Musk precisa que esta é “a sua melhor e última oferta” e ameaça, em caso de recusa, “reconsiderar a sua posição como acionista” na rede social, poucos dias depois de o CEO da Tesla ter dito que deixaria de se juntar ao Conselho de Administração da empresa.
A resposta da Twitter foi rápida, tendo dito algumas horas depois que vai “examinar com atenção” a oferta.
“A reação inicial [das ações da Twitter] foi positiva, no entanto depois de um movimento brusco inicial o ativo tem vindo a corrigir ligeiramente em sinal de realização de lucros por parte de alguns investidores”, explica Eduardo Silva, Diretor Geral da XTB Portugal, à ‘Executive Digest’.
Logo após o anúncio da proposta de Musk, as ações disparam 11,8% no premarket. Há momentos, depois da abertura da bolsa de Nova Iorque, as ações ganham 3,8% para 47,50 dólares.
Relativamente ao longo prazo, o analista explicou que vai ser “curioso entender a reação do preço, uma vez que esta proposta não é só monetária, mas também significa que Elon Musk iria assumir o comando e, como sabemos, de uma forma ou de outra, a exposição mediática que isso garante é certa”.
O novo acionista da Twitter está a contar com esse mediatismo para que a proposta seja aceite, no entanto, “existe sempre algum fator de incerteza principalmente quando Musk refere uma rutura total com o atual modelo”, acrescenta.
Para a empresa, Elon Musk na posse de 100% das ações “significa rutura total, ou seja, incerteza”, explica o analista. Dentro da Twitter, “uns vão olhar para possível aquisição como uma oportunidade para desbloquear todo o potencial da rede social, enquanto outros estarão mais céticos pois o resultado, com Musk, sabemos que é imprevisível pois acumula tantos sucessos como ideias falhadas”.
Sobre os objetivos desta compra, Elon Musk “pretende desbloquear o potencial da rede social e liberdade de expressão”. Eduardo Silva questionou se poderá ser uma plataforma onde o CEO da Tesla vai divulgar a sua visão, mas explicou que ainda é cedo para responder a essa questão, querendo acreditar que as suas intenções são de rentabilização da empresa.