Eleições no Reino Unido: partido de Sunak deve registar derrota histórica e perder 300 lugares no Parlamento esta quinta-feira

A campanha eleitoral britânica está a terminar quase exatamente onde começou há seis semanas: o Partido Trabalhista mantém uma liderança substancial nas sondagens de opinião e é o partido projetado para obter uma vitória massiva esta quinta-feira.

De acordo com o modelo da empresa de sondagens ‘Survation’, junto de 30 mil entrevistados, os trabalhistas vão conquistar cerca de 484 dos 650 lugares no Parlamento de 650 assentos. “A escala da vitória trabalhista prevista pelo nosso modelo não tem precedentes”, explicou a ‘Survation’ num relatório.

Os conservadores estão no poder desde 2010 e o partido venceu quatro eleições consecutivas. No entanto, uma série de escândalos e disputas internas que levaram a três mudanças de liderança em dois anos afastaram muitos eleitores.

Sunak é líder do partido e primeiro-ministro há apenas 18 meses, mas tem enfrentado uma difícil batalha para tentar livrar-se do passado recente do partido. Assumiu-se como líder no outono de 2022, substituindo Liz Truss, que havia rendido Boris Johnson, que apresentou a sua demissão devido a uma série de escândalos, incluindo mentir ao Parlamento e realizar reuniões sociais em Downing Street durante a pandemia da Covid-19, violando as restrições da quarentena.

Rishi Sunak tentou mudar o foco da campanha para os perigos de um Governo trabalhista e alertou repetidamente os eleitores para não “se renderem” ao líder da oposição, Keir Starmer. Mas a mensagem não parece ter sido transmitida.

A previsão é que os conservadores percam cerca de 300 cadeiras esta quinta-feira e terminem com cerca de 64, de acordo com o modelo da ‘Survation’ – o que seria o pior desempenho de sempre do partido e colocaria os conservadores um pouco à frente dos Liberais Democratas, que deverão conquistar 61 lugares.

Sunak ainda espera que um número suficiente de eleitores mude de ideia no último minuto e os conservadores até trouxeram Boris Johnson para fazer uma proposta final. Os trabalhistas “não podem conseguir nada nestas eleições, exceto inaugurar o Governo mais esquerdista desde a guerra, com uma enorme maioria, e não devemos permitir que isso aconteça”, salientou Johnson, num comício conservador em Londres na noite da passada terça-feira.

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