Eleições em Portugal em destaque nos jornais internacionais: ‘The Guardian’ aponta “incerteza considerável” para este domingo

As eleições legislativas em Portugal enfrentam “uma incerteza considerável”, garantiu esta quarta-feira Pedro Magalhães, cientista político do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, citado pelo jornal britânico ‘The Guardian’.

Segundo o especialista, “a eleição ocorre em contexto difícil para os socialistas em exercício”.

“Embora a situação económica se tenha tornado relativamente favorável — no que diz respeito ao crescimento do PIB, ao desemprego e à saúde orçamental do país —, a aprovação do Governo diminuiu acentuadamente desde as últimas eleições, de mais de 60% para cerca de 25%”, apontou Pedro Magalhães.

“Isto parece estar relacionado com o aumento do custo de vida experimentado nos últimos dois anos – especialmente na habitação nas áreas metropolitanas – e com o fraco desempenho no ensino público e no SNS”, referiu o cientistas político, salientando que o novo secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, apesar “de fortemente apoiado pelos membros do partido”, mantém “o público em geral mais cético”.

Já a coligação PSD-CDS/PP-PPM tem um ‘obstáculo’ pela frente: embora a adesão à AD “tenha aumentado neste contexto de insatisfação dos eleitores, o seu crescimento como principal alternativa aos socialistas é limitado pela ascensão da direita radical representada pelo Chega”.

“O Chega cresceu de 1,3% dos votos nas eleições de 2019 para 7,2% em 2022, e as sondagens mostraram que estão prontos para receber pelo menos 15% dos votos, talvez até mais”, frisou o especialista, destacando a forma como os eleitores portugueses consideram a corrupção como sendo generalizada entre a classe política, tornando o Chega atrativo como um voto de rejeição do ‘status quo’ político.

No entanto, são os indecisos que podem fazer a diferença a 10 de março. “Cerca de um em cada cinco inquiridos afirmou estar indeciso sobre o que fazer este domingo, e mesmo entre aqueles que declaram uma intenção de voto, uma minoria considerável afirma que ‘ainda pode mudar'”, indicou Pedro Magalhães.

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