El Corte Inglés com perdas recordes de três mil milhões de euros. Pandemia foi a culpada

O El Corte Inglés registou, em 2020, uma perda histórica que ultrapassou os 2,9 mil milhões de euros. A empresa espanhola aponta o dedo à pandemia, como a principal culpada daquele que é o primeiro resultado negativo na sua história, avança o ‘Cinco Dias’.

De acordo com o mesmo jornal, o retalhista espanhol saiu também prejudicado com as provisões e a depreciação de alguns ativos em cerca de 2.500 milhões de euros, a par das medidas restritivas aplicadas durante o resto do ano e que acabaram por condicionar as vendas. Sem considerar o impacto da pandemia, o prejuízo seria apenas de 445 milhões de euros.

A empresa avançou ainda, em declarações ao ‘Cinco Dias’, que dos 2.500 milhões, cerca de 2.100 milhões de prejuízos prendem-se com o processo de digitalização, motivado pela pandemia, que levou à desvalorização dos seus centros comerciais, “mais impactados pelas alterações nos hábitos de consumo face à compra omnicanal”.

Às contas somam-se ainda 150 milhões para o plano de relocalização dos centros, 125 milhões para depreciação de ativos fiscais e outros 135 milhões para litígios ou riscos de crédito.

A digitalização trouxe, no entanto, um lado positivo para a empresa, tendo faturado mais 132% nas vendas online, face aos valores de 2019. O canal passou assim a representar 17,3% das receitas do grupo, faturando 1.800 milhões de euros.

As vendas do grupo caíram 31,6%, para os 10.432 milhões de euros – o valor mais baixo desde, pelo menos, 2000, avança a publicação espanhola. Culpa do setor comercial, defende a empresa, cuja queda foi de 19% nas receitas, e da agência de viagens, cuja queda ultrapassou os 88%.

Ainda assim, o grupo presidido por Marta Álvarez terminou 2020 com um EBITDA positivo de 141,73 milhões de euros, mas 88% inferior ao registado no ano anterior.

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