“É um homem morto”: Yahia Sinwar, o cruel líder do Hamas, é o alvo “número 1” de Israel

O líder do Hamas em Gaza, Yahia Sinwar, foi declarado por Israel um “morto-vivo” após o ataque do passado dia 7: o mesmo país que lhe salvou a vida há uns anos quando estava na prisão, conseguindo com sucesso retirar-lhe um tumor cancerígeno do cérebro, mas não conseguindo eliminar o seu fanatismo sádico, que no passado o levou a torturar e assassinar palestinianos suspeitos de colaborar com os serviços de segurança israelitas.

O ataque do ‘Sábado Negro’ superou os sonhos mais ousados do líder do grupo terrorista, com números sem precedentes: 3.400 mortos, 5.400 feridos, 222 reféns e pelo menos 100 desaparecidos. São dois pilares fundamentais do seu ADN: massacres como uma estratégia para assustar a sociedade judaica e sequestro para poder exigir a troca de prisioneiros. Em 2011, Sinwar foi incluído numa troca, com 1.027 prisioneiros palestinianos, incluindo várias centenas com penas de prisão perpétua, pelo soldado Gilad Shalit, capturado na sua base perto da fronteira em 2006.

A libertação de Sinwar, assim como a de outros prisioneiros que mais tarde se tornaram líderes do Hamas em Gaza, na Cisjordânia e no estrangeiro, é atualmente criticada em Israel embora a maioria, na altura, fosse a favor da recuperação de Shalit.

Nascido em 1962 em Khan Yunes, no sul da Faixa de Gaza, Sinwar foi um dos fundadores do braço armado do Hamas, as brigadas Ezzeldin Al-Qassam, e responsável pela força dedicada a identificar colaboradores palestinianos com Israel – foi acusado de uma dúzia de assassinatos de habitantes de Gaza.

Condenado a prisão perpétua em Israel, Sinwar foi um dos presos mais dominantes, continuando a sua linha intransigente: de acordo com um membro médico da prisão onde esteve, “Sinwar nunca nos agradeceu por termos salvado a sua vida e continuou a planear ataques fora da prisão”.

Também Mika Kobi, agente do serviço de segurança interna de Israel, revelou, citado pelo jornal espanhol ‘El Mundo’, que interrogou Sinwar na prisão. “Era uma das pessoas mais próximas do xeque Ahmed Yasin. Era seu conselheiro e esteve envolvido em toda a construção do Hamas”, referiu. “Lembro-me que tinha um ódio infinito pelos judeus e por Israel. A meio do interrogatório, disse-me: ‘Serás um dos primeiros que matarei’”, lembrou.

A brutalidade de Sinwar é bem conhecida por Israel: o líder do chamado Maid, órgão dedicado apenas a prender e matar colaboradores palestinianos, é acusado “de assassinar mulheres depois de as terem violado. Portanto, o que fizeram agora em Israel não é surpreendente”, garantiu Kobi, recordando um episódio brutal em que Sinwar forçou um membro da Al Fatah a enterrar vivo o irmão.

Quando saiu da prisão, foi recebido em Gaza como um herói e rapidamente começou a trabalhar para fortalecer o braço armado e conquistar a liderança do Hamas, o que viria a conseguir em 2017. É o alvo número 1 de Israel: o chefe do Exército israelita, Herzi Haleyi, aponta-o como um dos principais responsáveis pelo “massacre das nossas mulheres e crianças”. “É um homem morto”, prometeu. “Custe o que custar.”

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