E se Napoleão Bonaparte ressuscitasse? Quase metade dos franceses escolheria imperador para próximo Presidente

Emmanuel Macron, Presidente francês, já conheceu melhores dias no que respeita à popularidade entre os eleitores e, segundo indicam sondagens recentes, até já fica atrás de líderes franceses há muito falecidos, como é o caso do imperador Napoleão Bonaparte.

Segundo dados de uma sondagem realizada pelo instituto Odoxa, se Napoleão Bonaparte ressuscitasse, 47% dos franceses estariam dispostos a votar nele nas eleições presidenciais de 2027. Passados mais de 200 anos da sua morte, 62% dos franceses acredita que o Imperador governaria a França melhor do que o atual Presidente, Emmanuel Macron.

Macron só tem um apoio maioritário entre os seus próprios apoiantes do partido Renascimento, com 81% de apoio. Por outro lado, uma esmagadora maioria de 88% dos eleitores da extrema-direita, apoiantes de Marine Le Pen, 67% dos eleitores de direita clássica, liderada pelo novo primeiro-ministro Michel Barnier, e 65% dos simpatizantes da extrema-esquerda, seguidores de Jean-Luc Mélenchon, consideram que Napoleão seria um presidente superior a Macron. No entanto, tanto socialistas (52% contra 48%) quanto ecologistas (49% contra 51%) estão mais divididos sobre esta questão.

A sondagem revela também que 62% dos inquiridos consideram que Napoleão foi um bom líder para a França. O Imperador é especialmente popular entre os eleitores de direita (84%), apoiantes de Macron (74%) e os de Marine Le Pen (69%). No entanto, entre os simpatizantes da extrema-esquerda, ecologistas e socialistas, as opiniões sobre o legado histórico de Napoleão estão mais divididas.

Legado de Napoleão e a perceção dos franceses

De forma geral, Napoleão Bonaparte é lembrado positivamente por 53% dos franceses, que o consideram o “pai de instituições que ainda hoje estão em vigor, como o Código Civil, os liceus e os departamentos”. Além disso, 43% dos inquiridos destacam a sua capacidade de “reerguer a França e transformá-la numa grande potência”.

O estudo permitiu que os inquiridos escolhessem até três opções para descrever o legado de Napoleão. Entre as respostas positivas mais votadas, 30% dos entrevistados consideram que Napoleão foi “um homem que se fez por si próprio, graças às suas grandes capacidades e força de trabalho”, enquanto 10% o descrevem como “um modelo de homem providencial”.

Por outro lado, as opiniões negativas sobre Napoleão não são insignificantes. Cerca de 40% dos franceses lembram-se das suas guerras que “custaram a vida a um milhão de pessoas na Europa”, 26% consideram que o seu poder foi “despótico e centralista”, 15% recordam o “restabelecimento da escravatura” e 13% destacam o facto de que ele “saqueou arquivos e obras de arte dos países conquistados”.

Com base nesta memória coletiva, não é surpreendente que 47% dos franceses estivessem dispostos a votar em Napoleão, caso o Imperador saísse do seu túmulo nos Inválidos de Paris para concorrer às presidenciais de 2027. Este valor é impressionante, especialmente considerando que, na segunda volta das eleições de 2022, Macron venceu Marine Le Pen com 58% dos votos contra 41%.

A esquerda também apoiaria Napoleão

O apoio a Napoleão não se limita apenas à direita. De acordo com o estudo, 66% dos eleitores da direita clássica, 57% dos apoiantes da extrema-direita e até 53% dos eleitores de Macron votariam no Imperador. O apoio a Napoleão estende-se também à esquerda, com 42% dos eleitores da extrema-esquerda, 38% dos ecologistas e 36% dos socialistas dispostos a votar nele.

Esta sondagem foi realizada no contexto do lançamento do livro de ficção científica “La clé et la croix” (“A chave e a cruz”), um thriller escrito por Eric Giacometti e Jacques Ravenne, publicado recentemente pela editora Lattès.

 

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