“É o primeiro passo para uma guerra mundial”: Zelensky alerta que Putin tem 10 mil soldados norte-coreanos prontos a combater na Ucrânia

Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia, emitiu um forte aviso esta quinta-feira, durante uma conferência de imprensa em Bruxelas, sobre a crescente escalada do conflito entre a Ucrânia e a Rússia. Zelensky afirmou que a Coreia do Norte tem cerca de 10.000 soldados prontos para lutar ao lado das forças russas no território ocupado do Donbass. Para o líder ucraniano, este é “o primeiro passo para uma guerra mundial”.

Zelensky revelou que já discutiu esta questão com os Estados Unidos e com os líderes europeus, sublinhando a urgência da situação. “É algo que tratei de forma urgente com os EUA e também o discuti com os líderes europeus”, afirmou após participar no Conselho Europeu, que se realiza entre hoje e amanhã na capital belga.

Na conferência de imprensa, o presidente ucraniano apontou que, com a possível participação da Coreia do Norte, este seria o segundo país a intervir diretamente no conflito, além de Rússia e Ucrânia. “O primeiro foi o Irão, que colaborou com o exército russo através do fornecimento de mísseis e drones, mas não de tropas”, explicou Zelensky.

O envolvimento da Coreia do Norte nas hostilidades, que até agora se limitava ao fornecimento de material bélico, seria um fator de grande preocupação para a Ucrânia e para os seus aliados ocidentais. O envio de tropas norte-coreanas para o Donbass representaria uma escalada significativa e poderia transformar o conflito num confronto mais globalizado.

Zelensky alerta para uma guerra mundial cada vez mais próxima
Numa mudança estratégica no discurso, Zelensky decidiu dirigir-se em inglês ao público presente para garantir que a sua mensagem fosse compreendida de forma clara e direta. “O mundo está a caminhar para uma guerra mundial”, advertiu, reforçando o peso da sua declaração e a seriedade da situação. O seu tom refletia a urgência e a gravidade do momento, num apelo direto à comunidade internacional para que tome medidas decisivas.

O alerta de Zelensky sobre um possível conflito global segue outras preocupações expressas recentemente por líderes internacionais. O Papa Francisco, durante uma visita a Bruxelas no final de setembro, já tinha falado do risco de uma “quase guerra mundial”, apelando aos líderes mundiais para que evitem mais catástrofes. “Rezo para que os responsáveis das nações poupem os seus povos de lutos incessantes”, declarou o Papa num discurso que refletia os temores crescentes de uma escalada militar global.

Além da guerra na Ucrânia, outras regiões do mundo estão igualmente a ver as suas tensões aumentarem. O Alto Representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros, Josep Borrell, acusou recentemente Israel e o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu de procurarem um conflito internacional, sugerindo que Netanyahu tenta “iniciar um conflito numa posição de força”.

As declarações de Borrell refletem as preocupações sobre o agravamento da situação no Médio Oriente, onde o conflito entre Israel e as forças palestinianas tem potencial para gerar um efeito dominó em toda a região. O Irão, já envolvido no apoio militar à Rússia, surge como um ator importante nesta equação, contribuindo para a crescente sensação de que o mundo caminha para um conflito de larga escala.

Durante a reunião com os líderes europeus, Zelensky reforçou a importância de que a Ucrânia se torne membro da NATO, destacando a necessidade de o Ocidente apoiar o seu “plano de vitória”. Este plano inclui o fornecimento de armas de longo alcance, que são cruciais para a defesa ucraniana e para o avanço das suas forças no terreno.

Zelensky fez referência indireta aos EUA, país que poderá ter algumas reservas quanto a esses pedidos, especialmente no cenário em que Donald Trump vença as próximas eleições presidenciais. Trump, que se mostrou cético em relação à NATO e às alianças internacionais durante o seu mandato anterior, pode trazer uma mudança significativa no apoio americano à Ucrânia.

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