“É fundamental ter uma estratégia bem definida”, diz Francisco Horta e Costa, Diretor-Geral da CBRE Portugal

Em resultado de um previsível abrandamento do crescimento económico, as empresas vão fazer uma gestão mais criteriosa dos seus custos, o que poderá implicar um adiamento de tomadas de decisão relacionadas com ocupação de espaço. “Além disso, a crise energética, o aumento das taxas de juro, o prolongamento do conflito na Ucrânia e os elevados custos de construção são fatores de instabilidade que causam sempre algum nervosismo aos investidores a nível global. Em todo o caso, o mercado português continua a atrair muito capital e está a tornar- -se um caso de estudo como destino para empresas e pessoas que veem no nosso país um local que permite ter um equilíbrio de vida pessoal e profissional com características ímpares. Este facto poderá ajudar Portugal a atravessar a próxima fase do ciclo económico”, diz Francisco Horta e Costa, Diretor-Geral da CBRE Portugal.

A imprevisibilidade implica sempre uma cautela acrescida na gestão dos custos, não descurando todas as iniciativas que possam levar ao crescimento do negócio e angariação de novos clientes. “Nestes momentos, torna-se também essencial ter uma estratégia bem definida e que esteja clara para toda a organização, bem como manter as pessoas motivadas e estimular a criatividade e inovação, como ferramentas para atravessar um período menos fulgurante do mercado. São as pessoas que fazem as empresas e por isso é fundamental reter os elementos–chave da equipa, dar-lhes perspetivas de evolução e envolvê-los nas decisões estratégicas. Por último, é nestas alturas que se exige um foco ainda maior no cliente, ajudando a encontrar soluções para as suas necessidades e problemas”, refere Francisco Horta e Costa.  

Sobre as perspetiva para Portugal em termos macroeconómicos, o Diretor-Geral da CBRE Portugal explica que existe uma maior poupança das famílias e estamos numa situação de pleno emprego, o que ajudará a reduzir o impacto da subida da inflação e das taxas de juro nos níveis de consumo e nas taxas de esforço do crédito à habitação. «Por outro lado, atingimos um máximo histórico nas nossas exportações no primeiro trimestre de 2022, o que, juntamente com a recuperação do turismo e os €60Bn que Portugal irá receber ao abrigo do PRR, irão contribuir para estimular a atividade económica. Em todo o caso, somos uma economia com muita exposição ao exterior e iremos sofrer um impacto, que será maior ou menor, consoante o que se venha a verificar nos nossos principais parceiros comerciais. É essencial procurar novos mercados e diversificar as exportações”, conclui Francisco Horta e Costa.