Quem vai suceder a Kamala? Democratas já pensam nas próximas eleições e estes são os possíveis candidatos

O Partido Democrata dos Estados Unidos já começou a projetar a sua estratégia para as eleições presidenciais de 2028, numa corrida que, embora ainda distante, exige movimentações antecipadas devido à dinâmica constante do sistema eleitoral norte-americano. A vice-presidente Kamala Harris, que acabou de enfrentar uma dura derrota eleitoral, encontra-se numa posição delicada, questionando-se se tentará novamente a Casa Branca. Entretanto, outros nomes proeminentes dentro do Partido Democrata começam a emergir como potenciais sucessores para liderar uma campanha futura, com figuras dos mais variados perfis e regiões do país a ponderar a sua posição e a lançar bases para eventuais candidaturas.

Após a derrota presidencial, a posição de Harris ficou fragilizada, sendo hoje incerto se tentará novamente a candidatura em 2028. A ex-senadora californiana, que passou pela experiência de ser candidata à vice-presidência e agora à presidência, teria de encontrar uma nova plataforma de apoio e contar com o tempo para redefinir a sua imagem e ampliar a sua influência. Contudo, segundo analistas, Harris nunca foi considerada uma candidata especialmente forte entre as bases do Partido Democrata, e a recente derrota reforça as críticas de que poderá não ser a escolha ideal para uma nova tentativa presidencial.

Outros nomes em destaque

Na ausência de uma liderança clara, várias figuras começam a destacar-se nas sondagens e nas discussões dentro do Partido Democrata. Estes potenciais candidatos representam uma diversidade de origens, áreas de atuação e perfis políticos, refletindo uma possível renovação das lideranças democratas.

  • Gavin Newsom: O governador da Califórnia é um dos nomes mais mencionados. Jovem e experiente, Newsom tem forte apoio no seu Estado, conhecido por ser um bastião do Partido Democrata, e uma plataforma política assente na defesa dos direitos migratórios e do aborto, com uma abordagem mais moderada em questões ambientais e sobre o uso de armas. Newsom, que já atuou como porta-voz em debates nacionais, possui ainda uma estrutura consolidada para arrecadação de fundos e experiência de campanha, sendo uma figura que poderá dar o salto para o cenário nacional.
  • Gretchen Whitmer: A governadora do Michigan é outra candidata de relevo, já bem posicionada devido à sua forte atuação nas eleições intercalares de 2022, onde o Partido Democrata conseguiu resultados significativos no seu Estado. Whitmer, que criou um grupo político nacional para aumentar a sua visibilidade e recentemente lançou um livro, é também conhecida pela sua defesa de medidas de controlo de armas e das restrições durante a pandemia, o que a torna uma figura polarizadora entre eleitores mais conservadores.
  • Josh Shapiro: O governador da Pensilvânia, que Harris considerou para a vice-presidência, surge como outra opção. Shapiro é visto como uma figura popular, com apoio transversal até entre alguns eleitores republicanos. A sua reputação de bom gestor e orador rápido contribuem para o seu reconhecimento e torna-o uma aposta viável para a liderança do Partido.
  • Wes Moore: Com apenas 44 anos e uma das mais recentes estrelas democratas, o governador do Maryland é visto como uma figura promissora para o futuro do Partido. Jovem e afro-americano, Moore tem o potencial de atrair eleitores negros, especialmente aqueles que Donald Trump conseguiu cativar em ciclos eleitorais anteriores.
  • Pete Buttigieg: O secretário de Transportes de Joe Biden já participou nas primárias democratas de 2020 e é amplamente reconhecido como um dos melhores oradores do Partido. Ex-oficial da marinha e figura mediática assídua em debates políticos, Buttigieg poderia representar uma mudança significativa na liderança democrata, sendo um político assumidamente gay e com forte apoio entre as bases progressistas do Partido.
  • Rubén Gallego: O representante do Arizona representa a aposta democrata na reconquista do eleitorado latino, particularmente entre homens, um grupo que Trump conseguiu cativar em 2020. Com experiência militar e oriundo de um Estado fronteiriço, Gallego posiciona-se como uma figura de destaque para captar o voto da classe trabalhadora e aumentar o apelo do Partido junto das comunidades latinas.

O papel de figuras influentes: O fator ‘Michelle Obama’

Embora a ex-primeira-dama Michelle Obama tenha negado várias vezes qualquer intenção de candidatar-se, continua a figurar como uma das favoritas dos eleitores. A sua popularidade e experiência, associadas ao apelido Obama, tornam-na numa figura com enorme capacidade de mobilização e de angariação de fundos, algo que muitos consideram essencial para qualquer candidatura presidencial.

Num contexto político que exige preparação antecipada, os potenciais candidatos democratas começam a movimentar-se para ganhar notoriedade nacional e construir as suas plataformas. A estrutura descentralizada dos partidos nos Estados Unidos faz com que cada eleição seja altamente personalizada, colocando o peso da responsabilidade no perfil e carisma dos próprios candidatos.

Para o Partido Democrata, o desafio de 2028 passa por encontrar uma liderança que consiga não só reconquistar a Casa Branca mas também unir a diversidade ideológica e social do eleitorado democrata.

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