“É bastante provável que o mercado europeu de ações sofra uma queda dois dígitos em 2022”

Os investidores do mercado europeu devem preparar-se para um ano difícil, alerta Graham Secker do banco Morgan Stanley, em entrevista à Bloomberg TV.

Embora os mercados estejam em alta neste momento, o especialista avisa que “é bastante provável que o mercado europeu de ações sofra uma queda dois dígitos em 2022”.

“As ações sobem em linha há 18 meses. Duvido que esta situação se mantenha por mais 12 meses”, explica Secker.

O aviso adiciona uma série de perspetivas cautelosas para 2022, após uma escalada imparável que empurrou os mercados de ações na Europa e nos EUA para recordes sucessivos após a queda induzida pela pandemia.

Outros bancos, como o norte-americano Goldman Sachs e o europeu Credit Suisse esperam que as ações continuem a avançar no próximo ano, embora a um ritmo mais moderado .

Dentro do mercado europeu, “a avaliação da Alemanha em relação ao resto da zona do euro está  numa baixa de 30 anos, o DAX está a assistir a um grande volume de negociações. Creio que este movimento representa as preocupações do mercado relativamente à China”, acrescenta o executivo.

“No primeiro trimestre do próximo ano, podemos ter um ambiente mais positivo em torno da China, que também apoiará a Alemanha”, conclui Secker.

Na Europa, as principais bolsas negociavam hoje mistas, com os investidores à espera dos pedidos iniciais semanais de subsídios de desemprego dos Estados Unidos.

Além de estarem à espera dos pedidos iniciais semanais de desemprego nos Estados Unidos, que poderão ter descido e aproximar-se dos dados pré-pandemia, os mercados continuam cautelosos devido ao recrudescimento de contágios com covid-19 na Europa, onde em alguns países já foram adotadas de novo restrições.

Analistas citados pela Efe afirmam que os pedidos do subsídio de desemprego nos EUA determinação se existe uma melhoria do mercado laboral dos EUA, “uma referência importante para a Reserva Federal norte-americana (Fed) à medida que se mantêm as pressões inflacionistas”.

A bolsa de Nova Iorque terminou em baixa na quarta-feira, com o Dow Jones a cair 0,58% para 35.931,05 pontos, contra o máximo desde que foi criado em 1896, de 36.432,22 pontos, registado em 08 de novembro.

O Nasdaq fechou a desvalorizar-se 0,33% para 15.921,57 pontos, contra o atual máximo, de 15.982,36 pontos em 08 de novembro.

A nível cambial, o euro abriu em alta no mercado de câmbios de Frankfurt, mas a cotar-se a 1,1334 dólares, contra 1,1319 dólares na quarta-feira, um mínimo desde 13 de julho de 2020, e o atual máximo desde maio de 2018, de 1,2300 dólares, em 05 de janeiro.

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