E agora Portugal? “Estabilidade social, formação e intervenção fiscal”: Ricardo Costa, CEO do Grupo Bernardo da Costa

Na sua opinião, quais deviam ser as prioridades do novo Governo em termos de reformas para que Portugal tenha um crescimento sustentável para o futuro?
O crescimento sustentável da economia exige um alívio fiscal real e com impacto imediato. Redução efectiva e visível dos impostos sobre o trabalho são uma emergência, que deve ser tendência em relação ao sistema fiscal em geral.
Intervenção no sistema de saúde e prestação de cuidados médicos com regresso do modelo bem-sucedido das PPP que garantiam maior eficiência aos hospitais com menores custos para o estado.
Sistema de ensino e situação dos professores com revisão do modelo de carreiras e investimento num modelo mais atractivo que atraia novos profissionais.
A estabilidade social, a formação e a intervenção fiscal poderá garantir esse crescimento sustentável.

Atendendo ao actual contexto, que expectativas a nível macroeconómico para Portugal?
A estruturação da nossa economia e a criação de uma estratégia entendível pelos investidores externos poderão criar um cenário macroeconómico mais favorável que assente e estabilize os pilares essenciais da nossa economia, crescimento em volume, emprego e atracção de talento, atractividade de investimento e capacidade de internacionalização.

E quais são as expectativas para o seu sector?
A indústria e as empresas aguardam com expectativa a prossecução das políticas públicas que privilegiem o crescimento da economia de iniciativa privada. A intervenção fiscal com efeitos visíveis e que tenham impacto real na economia, a estabilização social, a intervenção na justiça e na saúde tornando o estado mais eficiente e mais responsivo as necessidades das pessoas, poderá mesmo criar as condições para que o reflexo dessa evolução social tenha impacto positivo na economia e na actividade empresarial.