Duplo leilão de mil milhões de euros de dívida foi um êxito. Procura superou até 2,10 vezes a oferta
A Agência de Gestão de Tesouraria -IGCP- realizou esta quarta-feira um duplo leilão de 1.000 milhões de dívida de longo prazo, sendo 686 milhões em obrigações do tesouro (OT) a 10 anos e os restantes 314 milhões, em obrigações do tesouro a 16 anos.
A primeira obrigação, com data de vencimento em outubro 2031, contou com uma Yield de 0,314%, tendo a procura superado 1,46 vezes a oferta. No caso da segunda OT, a Yield foi de 0,622%, com data de vencimento em abril 2037, tendo a procura superado 2,10 vezes mais a oferta.
Face aos últimos leilões comparáveis, no leilão a 10 anos registou uma descida na taxa de 0,397% para os 0,314% e no leilão a 16 anos tivemos uma subida na taxa de 0,609% para os 0,622%.
“O resultado de ambos os leilões, mostram que o prémio de risco de Portugal continua a ser apenas impactado pelo movimento das dívidas soberanas europeias. O Banco Central Europeu iniciou o processo de abrandamento de compras no programa de compras de emergência pandêmica, que levou numa fase inicial a uma subida de yields, mas que parece ter estabilizado”, sublinha Filipe Silva do Banco Carregosa.
“Esperam-se taxas mais elevadas para 2022, mas tal irá depender da atuação do BCE, bem como do desempenho das economias. A inflação tem criado uma pressão extra sobre os bancos centrais, uma vez que está a ser mais prolongada do que o que inicialmente se esperava. Apesar de tudo Portugal continua a emitir com taxas historicamente baixas e que muito têm contribuído para a diminuição do custo médio da dívida Portuguesa”, acrescenta Filipe Silva.