Duplica o número de crianças com 6 anos que ficam no pré-escolar

São cada vez mais os pais de crianças nascidas após 15 de setembro que, aos cinco anos do menor, optam por que este permaneça no pré-escolar e só ingresse no 1.ºciclo no ano seguinte.

De acordo com os dados do portal “Educação em Números”, citados pelo Público, na última década duplicou o número de crianças que ficam no ensino pré-escolar com seis anos de idade celebrados até ao último dia do ano civil, ao invés de avançar para o 1.º ciclo ainda com cinco.

Em 2010/2011 eram 5346 crianças nestas condições. Dez anos depois, no ano letivo de 2020/2021, o número mais do que duplicou, para 12740 alunos no pré-escolar já com seis anos a 31 de dezembro de 2020.

A lei estabelece que a matrícula no 1.º ano é obrigatória para todas as crianças que completam seis anos até ao dia 15 de Setembro desse ao letivo, sendo que se nascem depois dessa data, a entrada no 1º ciclo é condicional: daí que se diga que se está perante um aluno “condicional”.

Isso significa que os tutores podem matricular os menores à mesma, mas a entrada só será permitida mediante as vagas disponíveis. Vários pais e especialistas dizem que os casos de crianças que não ingressam no 1.º ciclo por falta de vagas são residuais, e apontam que é a escolha dos pais que muitas vezes dita que os alunos fiquem ‘retidos’ no pré-escolar.

Fernanda Viana, especialista em Psicologia da Educação na Universidade do Minho, aconselha os pais a terem em consideração alguns aspetos na tomada da decisão de o filho avançar ou não para o 1.º ciclo: a maturidade social, a capacidade de lidar com a crítica, a qualidade do ensino pré-escolar, a autonomia para se organizar e completar tarefas e a maturidade cognitiva, além da capacidade de ler e escrever.

Já a especialista em Psicologia da Educação na Universidade do Porto Isabel Abreu-Lima, diz que, se houver dúvidas sobre que opção tomar, “é melhor não avançar”. “Ficar para trás é o menor dos males”, sustenta.

Os especialistas aconselham que, nestes casos, seja feita uma avaliação psicológica, e que se oiçam os educadores, que estão habituados, conhecem cada uma das crianças, e têm termo de comparação de várias situações.

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