Dos cereais integrais aos alhos: conheça os 10 produtos que mais subiram na última semana

Um cabaz de bens alimentares essenciais custa atualmente 209,48 euros, mais 25,85 euros (mais 14,08%) do que custava a 23 de fevereiro, véspera do início do conflito armado na Ucrânia. Nos últimos nove meses, segundo dados da DECO Proteste, os laticínios e a carne são as categorias com os maiores aumentos, de 20,68% e 20,46%, respetivamente.

Segundo o organismo, “embora as subidas sejam mais acentuadas nos laticínios e na carne, os aumentos têm-se feito sentir em todas as categorias alimentares analisadas. Entre 23 de fevereiro e 9 de novembro, também as frutas e os legumes, o peixe, as mercearias e os congelados viram os seus preços subir 14,44%, 13,97%, 11,57% e 1,17%, respetivamente” face a fevereiro.

Entre os dias 2 e 9 de novembro, os dez produtos com maiores subidas de preço foram os cereais integrais (15%), a cebola (8%), o queijo curado fatiado (7%), a maçã gala (7%), a polpa de tomate (6%), a perca (6%), o fiambre da perna extra, os douradinhos de peixe, os ovos classe M/L e o alho seco (todos com mais 5%).

Já entre 23 de fevereiro e 2 de novembro foram o açúcar branco (50%), a pescada fresca (49%), a polpa de tomate (46%), a laranja (46%), o bife de peru (33%), o leite UHT meio gordo (32%), o queijo flamengo fatiado (30%), a cenoura (30%), a batata vermelha (29%) e o frango inteiro (28%).

A associação de defesa do consumidor tem monitorizado todas as semanas os preços de um cabaz de 63 produtos alimentares essenciais que inclui bens como peru, frango, pescada, carapau, cebola, batata, cenoura, banana, maçã, laranja, arroz, esparguete, açúcar, fiambre, leite, queijo e manteiga.

A associação explica que este aumento se deve ao facto de Portugal estar “altamente dependente dos mercados externos para garantir o abastecimento dos cereais necessários ao consumo interno”, que “representam atualmente apenas 3,5% da produção agrícola nacional: sobretudo milho (56%), trigo (19%) e arroz (16%).

“E se no início da década de 90 a autossuficiência em cereais rondava os 50%, atualmente, o valor não ultrapassa os 19,4%, uma das percentagens mais baixas do mundo e que obriga o País a importar cerca de 80% dos cereais que consome”, acrescenta a DECO.

O organismo esclarece que “a invasão da Rússia à Ucrânia, de onde provém grande parte dos cereais consumidos na União Europeia, e em Portugal, veio, por isso, pressionar ainda mais um sector há meses a braços com as consequências de uma pandemia e de uma seca com forte impacto na produção e na criação de stocks”.

“A limitação da oferta de matérias-primas e o aumento dos custos de produção, nomeadamente da energia, necessária à produção agroalimentar, podem, por isso, estar a refletir-se num incremento dos preços nos mercados internacionais e, consequentemente, nos preços ao consumidor”, sublinha.

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