Doritos fora de prazo e carne seca. Amazon distribui comida fora de prazo

O gigante tecnológico Amazon, que adquiriu há dois anos a cadeia de supermercados norte-americana Whole Foods, está a ser acusado de distribuir comida fora do prazo de validade, noticia a “CNBC”.

Em causa poderão estar produtos vindos da Amazónia. Em 2017, quando a Starbucks anunciou o encerramento das instalações da Teavana, muitos comerciantes compraram mercadoria descontinuada por metade do preço para depois vender na Amazon, avança o canal norte-americano.

Um comerciante da Amazónia, que vendeu açúcar, especiarias e outros produtos alimentares, disse à “CNBC” que a empresa liderada por Jeff Bezos não respondeu a várias questões sobre os produtos Teavana. Os representantes da Nestlé, que detém os direitos da venda de café e chá da Starbucks, incluindo a Teavana, recusaram-se a fazer declarações.

De produtos de bebés e Doritos fora de prazo a carne seca, o alerta chega dos utilizadores do Amazon Marketplace, plataforma de E-commerce operada pela Amazon, que vende produtos próprios, mas tem este espaço para mais de 2,5 milhões de comerciantes independentes venderem directamente aos consumidores.

Uma análise da “CNBC” conclui que, entre os 100 produtos alimentares mais vendidos na Amazon Marketplace, pelo menos 40% têm mais de cinco reclamações. Há clientes a queixarem-se de molho picante fora do prazo, de carne seca, barras de cereais, produtos para bebés, bolachas estragadas há mais de seis meses e de um pacote de café com «cheiro rançoso».

Um porta-voz da Amazon garantiu à “CNBC” que se tratam de episódios isolados e disse que os produtos vendidos na plataforma cumprem as leis e políticas da Amazon. Os comerciantes independentes devem dizer à Amazon qual a data de validade de qualquer artigo destinado para consumo e garantir que têm uma vida de, pelo menos, 90 dias.

Porém, «não há garantias do quão eficaz é essa política», admite Thomas Gremillion, director de Políticas alimentares da Federação de Consumidores da América. «Alguns vendedores podem estar uma decisão comercial de vender produtos fora do prazo e de deixar que a Amazon pegue neles e os deite fora», explica.

O porta-voz da Amazon acrescenta que a empresa combina seres humanos e inteligência artificial para monitorizar os mais de 22 milhões de comentários semanais. «Trabalhamos muito para garantir que os clientes recebem  produtos de alta qualidade quando fazem pedidos na nossa plataforma», disse, sublinhando que «existem processos robustos em vigor para garantir que os clientes recebem produtos com vida útil». No entanto, muitos dos produtos identificados continuam a receber reclamações.

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