Dois irmãos espancados quando tentavam travar encapuzados de queimar carros estacionados

Dois irmãos, de 22 e 24 anos, foram espancados na noite de terça-feira quando tentavam evitar que um grupo de encapuzados vandalizasse viaturas estacionadas e ateasse fogo às mesmas, avançou esta quinta-feira o ‘Correio da Manhã’.

São até ao momento as duas vítimas mais graves dos tumultos dos últimos dias: um dos irmãos foi esfaqueado oito vezes, sendo que o outro foi atingido com várias pedras na cabeça e perdeu vários dentes. Foram levados pela mãe para o Hospital de São Francisco Xavier, onde receberam tratamento e acabaram por ter alta na tarde desta quarta-feira.

Os dois irmãos, que vivem perto da Portela de Carnaxide, em Oeiras, não constam da estatística avançada pela PSP uma vez que só depois da saída do hospital é que foi formalizada a queixa. O caso está a ser investigado pelas autoridades como um crime de ofensas à integridade física, que poderá mesmo tornar-se em tentativa de homicídio. No mesmo local, foi roubado o autocarro que depois foi incendiado e largado numa descida, tendo parado junto a um prédio.

A região da Grande Lisboa tem registado diversos focos de tumultos na sequência da morte de Odair Moniz, 43 anos, cidadão cabo-verdiano, e morador no Bairro do Zambujal, na Amadora, que foi baleado por um agente da PSP na madrugada de segunda-feira, no Bairro da Cova da Moura, no mesmo concelho, e morreu pouco depois, no Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa.

Segundo a PSP, o homem pôs-se “em fuga” de carro depois de ver uma viatura policial e “entrou em despiste” na Cova da Moura, onde, ao ser abordado pelos agentes, “terá resistido à detenção e tentado agredi-los com recurso a arma branca”.

A associação SOS Racismo e o movimento Vida Justa contestaram a versão policial e exigiram uma investigação “séria a isenta” para apurar “todas as responsabilidades”, considerando que está em causa “uma cultura de impunidade” nas polícias.

A Inspeção-Geral da Administração Interna abriu um inquérito urgente e também a PSP anunciou um inquérito interno, enquanto o agente que baleou o homem foi constituído arguido.

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