Documento secreto revela plano da Rússia para desestabilizar a Moldávia
Um plano secreto elaborado pelo Serviço Federal de Segurança da Federação Russa (FSB), ao longo de 10 anos, estabelece opções detalhadas para desestabilizar a Moldávia, incluindo o apoio a grupos pró russos, utilizando a Igreja Ortodoxa e ameaçando cortar os fornecimentos de gás natural.
Esta iniciativa pode ter sido por base a intenção de contrariar a inclinação da Moldávia para o Ocidente, na sequência da invasão russa na Ucrânia, o que inclui relações mais estreitas com a NATO e uma candidatura de adesão à União Europeia (UE).
No documento, divulgado pela primeira vez por um consórcio de meios de comunicação, incluindo VSquare e Frontstory, RISE Moldávia, Expressen na Suécia, o Centro Dossier de Jornalismo Investigativo, Yahoo News e Delfi, é mencionada repetidamente a importância de impedir a Moldávia de aderir à Aliança Atlântica.
O plano inclui não só tornar a Moldávia dependente das importações de gás russo e agitar o conflito social como ainda tentar bloquear os esforços do país para ganhar influência na região separatista pró russa da Transnístria, onde estão cerca de 1.500 soldados russos.
‘Objetivos estratégicos da Federação Russa na República da Moldávia’, de cinco páginas que está separado em múltiplas rubricas com objetivos a curto, médio e longo prazo, parece ter sido escrito em 2021 pela Direção de Cooperação Transfronteiriça do FSB, segundo a CNN Internacional.
Entre os objetivos imediatos estão “o apoio às forças políticas moldavas que defendem relações construtivas com a Federação Russa” e “a neutralização das iniciativas da República da Moldávia destinadas a eliminar a presença militar russa na Transnístria”. Quanto às metas a médio prazo, incluem “a oposição à política expansionista da Roménia na República da Moldávia” e “a oposição à cooperação entre a República da Moldávia e a NATO”.
Questionado sobre o documento, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, reiterou que o país não tem conhecimento: “Não sabemos nada sobre a existência de tal plano. Não excluo que se trate de outra falsificação”.
“A Rússia sempre foi e continua aberta à construção de relações de boa vizinhança, mutuamente benéficas, inclusive com a Moldávia”, esclareceu Peskov ao acrescentar: “Lamentamos muito que a atual liderança da Moldávia esteja a sofrer preconceitos completamente injustificados e infundados contra Moscovo”.
Relativamente às intenções a longo prazo, estão a “criação de grupos de influência pró russos estáveis nas elites políticas e económicas moldavas” e “a formação de uma atitude negativa em relação à NATO”.
Questionado sobre o documento na quinta-feira, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse: “Não sabemos nada sobre a existência de tal plano. Não excluo que se trate de outra falsificação. A Rússia sempre foi e continua aberta à construção de relações de boa vizinhança, mutuamente benéficas, inclusive com a Moldávia”.
Peskov acrescentou: “Lamentamos muito que a actual liderança da Moldávia esteja a sofrer preconceitos completamente injustificados e infundados contra Moscovo”.
A Rússia acusou a Ucrânia de planear invadir e tomar o controlo da Transnístria, que faz fronteira com o sudoeste da Ucrânia, no mês passado, com o Ministério da Defesa russo a afirmar que os ucranianos estavam a reunir armaduras em várias aldeias fronteiriças, alegação negada tanto pela Ucrânia como pela Moldávia.