Do Morgan Stanley ao Goldman Sachs: Principais banqueiros do mundo preveem turbulência nos mercados

Os bancos centrais vão conseguir controlar a inflação, mas haverá turbulência a curto prazo devido ao aperto monetário e aos riscos geopolíticos, disseram os principais banqueiros numa cimeira em Hong Kong esta quarta-feira.

Segundo a ‘Reuters’, o CEO da Morgan Stanley, James Gorman, disse que a sua “ntuição era que os bancos centrais conseguiriam conter os aumentos de preços, mas os investidores teriam de se habituar a uma inflação mais elevada – de cerca de 4% contra 1-2% antes de “esta crise”. “É uma transição dolorosa, mas não inesperada”, acrescentou.

O Conselho do Banco Central Europeu decidiu na semana passada aumentar as três principais taxas de juro do BCE em 75 pontos-base. Este é o terceiro grande aumento consecutivo da taxa de política monetária. Esta quarta-feira, é o dia de a Reserva Federal dos EUA anunciar a sua decisão, depois de já ter embarcado numa das rondas mais agressivas de aumentos de taxas em décadas para travar a inflação, arriscando-se a um abrandamento da economia global.

Já David Solomon, CEO do Goldman Sachs, referiu a inflação e o aperto monetário “muito rápido” após mais de uma década de políticas relativamente acomodatícias e o facto de estarem a tornar o mundo mais volátil e incerto.

“Permite que as exposições onde há alavancagem no sistema sejam amplificadas muito rapidamente”, disse, citado pela publicação apontando para a situação na Grã-Bretanha, onde o mini-orçamento da ex-Primeira-Ministra britânica Liz Truss desencadeou uma crise de liquidez nos fundos de pensões em setembro e princípios de outubro.

“Se eu tivesse uma ou duas preocupações, a propagação da tensão geopolítica seria uma”, disse Liu Jin, Presidente do Banco da China.

Michael Chae, director financeiro de Blackstone, também destacou “o aumento das tensões em todo o mundo” e a ameaça que elas representam para a estabilidade.

Por fim, o presidente do UBS Group, Colm Kelleher, referiu as incertezas monetárias e geopolíticas que colocaram os investidores à margem, apontando os “níveis recorde de dinheiro” nas contas globais de gestão de riqueza como prova de que as pessoas estão a agarrar-se ao seu dinheiro.

“Os clientes estão claramente à margem, uma vez que tiveram nos últimos nove meses rendimentos bastante negativos”, concluiu.

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