Dívida crescente e instabilidade política: Este país “rico” do Norte da Europa está a apanhar a “febre” do Sul

Quando se aborda questões de dívida, défice e instabilidade fiscal na Europa, é comum pensarmos em países como Itália, Grécia, Portugal e Espanha. No entanto, surgiu um ator improvável no centro das atenções: a Bélgica. Apesar da sua proximidade geográfica com as economias conhecidas pelas suas finanças sólidas e políticas de austeridade, a Bélgica enfrenta desafios semelhantes aos das nações do Sul da Europa, incluindo uma dívida pública significativa e crescente instabilidade política.

Embora seja considerada uma economia “rica” na Europa, a Bélgica partilha muitas características com os seus vizinhos do sul. Questões como organização, religião, instabilidade política e problemas económicos são algumas das semelhanças, revela o ‘elEconomista’.

Apesar de ter um rendimento per capita elevado em comparação com a média da Zona Euro, a Bélgica enfrenta críticas dos seus vizinhos holandeses e franceses devido a problemas políticos, organizacionais e económicos. A influência histórica do catolicismo na economia belga também a diferencia das nações protestantes, contribuindo para desafios económicos únicos.

A questão da dívida pública e do défice são preocupações crescentes. Com um défice público de 4,4% do PIB em 2023, as previsões indicam um aumento contínuo no futuro próximo. A situação política fragmentada do país, com um governo de coligação liderado pelo Primeiro-Ministro Alexander De Croo, tem dificultado os esforços para conter o défice e a dívida.

A divisão regional entre as regiões flamenga e valona também contribui para a paralisia política e a falta de consenso sobre políticas económicas. A ascensão de partidos populistas e anti-imigração, como o Vlaams Belang, ameaça complicar ainda mais a situação, com possíveis repercussões na formação de políticas de longo prazo.

Além disso, o envelhecimento da população belga representa outro desafio, com projeções a indicarem um aumento significativo do défice orçamental nas próximas décadas. Sem reformas substanciais e um governo sólido para implementá-las, a Bélgica enfrenta um futuro incerto, com a possibilidade de uma dívida pública ainda mais insustentável.

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