Diretor-Geral da Ebury acredita na “possibilidade da inflação e da política nos EUA divergirem das outras grandes economias”

Numa semana invulgarmente calma em termos de dados, os relatórios do IPC do Reino Unido (quarta-feira) e do Japão (quinta-feira) vão dar-nos as principais referências, assim como uma série de discursos do BCE e da Reserva Federal ao longo da semana.

De acordo com David Brito, Diretor-Geral da Ebury, à Executive Digest, os mercados deverão continuar a lidar principalmente com as consequências do relatório do IPC dos EUA e com a possibilidade de os cortes da Reserva Federal serem adiados até ao final do ano.

O especialista destaca ainda que “o relatório de março sobre a inflação nos EUA constituiu mais uma surpresa desagradável para a Reserva Federal, tendo ficado acima das expectativas e confirmado que a tendência desinflacionista de 2023 estagnou por completo e talvez até se tenha invertido parcialmente”.

Por sua vez, os rendimentos do Tesouro subiram em flecha, os investidores diminuíram as expectativas de cortes e o dólar disparou em relação a todas as principais moedas do mundo. “Na base deste movimento parece estar a possibilidade da inflação e da política nos EUA divergirem das outras grandes economias. Os receios em relação ao conflito no Médio Oriente só vieram alimentar a situação”, esclarece David Brito.

No que respeita a divisas, as moedas europeias foram particularmente afetadas, uma vez que a subida dos preços das commodities significa uma deterioração dos termos de troca para o continente.