Dinâmico, competitivo e atrativo: Portugal é visto como o “paraíso” dos escritórios de advogados espanhóis

Portugal saiu da pandemia com números favoráveis de crescimento, 4,9% para o PIB em 2021, e de emprego, uma taxa de desemprego de 6%, em linha com a média da União Europeia.

Tendo em conta estes números, o ‘CindoDías’ explica que as sociedades de advogados espanholas confirmaram a boa saúde dos seus negócios no mercado português, acrescentando que fizeram um balanço das suas conquistas em Portugal em 2022, assim como partilharam as suas perspetivas para o próximo ano, num cenário marcado pela inflação e pela guerra na Ucrânia.

Uría Menéndez: Em 2021, o volume de negócios foi de 35 milhões de euros em Portugal, o que corresponde a 13,2% do volume de negócios global, uma melhoria face aos lucros pré-pandemia. A firma vê Portugal como um mercado “dinâmico e competitivo” e as suas previsões para 2023 são otimistas. “Em anos anteriores, tem havido muito investimento de bancos espanhóis no sector financeiro português, e não excluímos que possa haver mais a curto prazo”, disseram fontes da empresa à publicação.

Garrigues: Estão em Portugal desde 2005 e, só nos últimos cinco anos, registaram um crescimento de 52%. João Miranda de Sousa, sócio responsável pelos escritórios de Lisboa e Porto fala no futuro, reconhecendo que “2023 está cheio de incertezas” e será “especialmente desafiante para a economia portuguesa”, mas não deixa de caracterizar o mercado como “muito atrativo” e com um “elevado grau de integração e complementaridade” com Espanha.

Ecija: Registou lucros de 6,3 milhões de euros em 2021 na filial portuguesa, o que corresponde a 8,35% do total do volume de negócios global. Para 2022, a firma quer, nos escritórios de Lisboa, Porto e Braga, exceder os oito milhões de euros. “Portugal está num grande momento; o seu regime fiscal, estabilidade económica e atratividade residencial tornam-no uma jurisdição chave na nossa estratégia global”, disseram fontes da firma ao ‘CincoDías’.

Cuatrecasas: “A firma continua a crescer em Portugal de forma orgânica e sustentada”, confirma Nuno Sá Carvalho, sócio gerente da Cuatrecasas em Portugal, acrescentando que é uma delegação que é definida como “uma alavanca estratégica para a firma a nível global”. No entanto, não descarta os receios de recessão. “O novo contexto económico e sóciopolítico está a gerar um clima de grande incerteza entre os investidores”, diz o parceiro, que prevê a chegada de um “abrandamento do investimento” e “uma recessão económica”.

Gómez Acebo-Pombo: Mafalda Barreto, sócio gerente do escritório de Gómez Acebo-Pombo em Lisboa, define o país como um mercado “estável” “com activos interessantes” e, para alguns clientes, é a porta de entrada para os mercados africanos e brasileiros.

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