Digno de filme: O dia da maior fuga coletiva de sempre em Portugal aconteceu há 45 anos

Foi há precisamente 45 anos que se deu a maior fuga coletiva de sempre de uma prisão em Portugal, digna de um filme de Hollywood. A 17 de julho de 1978 fugiram 124 presos da cadeia de Vale de Judeus, em Alcoentre.

Foi mais de metade dos 200 reclusos que estavam neste presídio que se evadiu, através de um túnel escavado, com 50 metros de comprimento e 80 centímetros de diâmetro.

Recorda o Jornal de Notícias que, na altura, a imprensa apelidou o episódio de “espetacular”.

O caso só foi detetado na contagem do turno, às 22h30, e foram as celas vazias que deram a entender aos guardas prisionais que algo não estava bem.

Os reclusos tinham estado a construir o túnel ao longo de 26 dias e, no interior, até tinham instalado luzes e uma ventoinha.

Foi rapidamente montada uma caça ao homem como então nunca se tinha visto, com centenas de guardas e polícia, helicópteros e uma campanha de afixação de fotos nas estações de comboios e outros espaços públicos, na esperança de apanhar os evadidos.

Os mentores da operação foram os primeiros a sair. Eram seis.

A chamada “grande evasão” acabaria, para a maior parte dos presos que fugiram, dias depois, com muitos capturados pelas autoridades.

Não foi o caso de Heitor Silva. Este militante do Partido Revolucionário do Proletariado tinha sido detido por ter assaltado um banco ao serviço do partido e condenado a 20 anos de cadeia.

Quando chegou a Vale de Judeus, o plano já estava a correr.

Escapou pelo túnel e, recorda a SIC, viveu 14 anos no estrangeiro, na clandestinidade e só regressou a Portugal em 1992, após Mário Soares, então Presidente da República, lhe ter concedido um indulto.

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