Dia da Marinha celebrado com Putin mas sem submarinos e aviões nucleares: Kremlin está com receios de segurança, apontam analistas

Vladimir Putin esteve presente, no passado domingo, a supervisionar um desfile naval reduzido, o que indiciou a preocupação de segurança devido a possíveis ataques da Ucrânia. Durante as comemorações do Dia da Marinha, na cidade portuária de São Petersburgo, o presidente russo anunciou que as forças navais do Kremlin iriam ser reforçadas com 30 novos navios em 2023.

Apesar do anúncio do presidente, a cerimónia ficou marcada pela falta de submarinos e aviões nucleares estratégicos. “A mudança provavelmente deveu-se para permitir a manutenção e manter a disponibilidade para operações e treino”, sustentou o Ministério da Defesa do Reino Unido, destacando que “há também uma possibilidade realista de que as preocupações de segurança interna desde a tentativa de motim do grupo Wagner tenham contribuído para a decisão”.

Segundo a agência de notícias estatal ‘TASS’, o desfile de domingo incluiu 45 navios de combate, submarinos das frotas do Norte, Pacífico, Báltico e Mar Negro e cerca de 3 mil soldados, naquela que foi a “primeira vez” que os submarinos nucleares e aviação não estiveram envolvidos na celebração anual desde o seu início, em 2017.

“Foi instalado nos navios de guerra equipamento adicional para combater ataques de sabotagem e drones”, explicou. “Todas as mudanças podem estar relacionadas com a insurreição do grupo Wagner e ao aumento dos ataques de drones”, explicou o ‘TASS’.

As comemorações do Dia da Marinha em São Petersburgo não foram alvo de ataques de longo alcance que atingiram Moscovo e a Crimeia neste fim de semana. Segundo a agência de inteligência da Ucrânia, o Dia da Marinha ficou marcado por mensagens com ‘cavalos de Troia’ a marinheiros russos para hackear os seus dispositivos.

Nas mensagens constava um vídeo do naufrágio do cruzador ‘Moskva’, navio-almirante da Frota do Mar Negro que foi destruído por mísseis antinavio ucranianos em abril de 2022.

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