DGS: Surto de Hepatite A em Portugal já tem 43 casos
A Direção-Geral da Saúde (DGS) reportou esta sexta-feira que já foram notificados 43 casos de hepatite A, entre os dias 1 de janeiro e 18 de março de 2024. São mais 20 casos do que na semana passada, quando a DGS anunciou que o país estaria a viver um novo surto da doença.
A maioria dos casos são homens, com idade entre os 20 e os 49 anos (37 casos), 37% em contexto de transmissão sexual, “sem casos graves ou óbitos reportados”, refere a DGS em comunicado.
A DGS informa ainda que do total de casos confirmados, 26 (60%) são de infeção adquirida em Portugal, a maioria na região de Lisboa e Vale do Tejo (31 casos) e 16 são de estrangeiros residentes em Portugal.
“O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) identificou, entre os confirmados, 12 casos das estirpes do vírus da hepatite A anteriormente identificada no surto que ocorreu entre 2016-2018, afetando vários países europeus, incluindo Portugal”, salientou a DGS na mesma nota.
Embora esteja em curso uma investigação epidemiológica, é verificado “um aumento de número de casos reportados em janeiro e fevereiro de 2024, em comparação com igual período de anos anteriores”.
Em 2020, foram reportados quatro casos, entre janeiro e fevereiro, em 2021, dois casos, em 2022, seis casos, em 2023, dois casos, e em 2024, 18 casos.
Entre 2020 e 2023 foram contabilizados 102 casos.
A DGS recomenda a notificação dos casos suspeitos no SINAVEmed (https://sinave.minsaude.pt/), a realização de um inquérito epidemiológico e a notificação de imediato pelos laboratórios de casos confirmados.
A DGS aconselha ainda o reforço das medidas de saúde pública, como a mensagem da higiene e segurança alimentar, incluindo a lavagem das mãos antes e depois das refeições e a higienização dos espaços de confeção de alimentos, e a lavagem frequente das mãos e higiene pessoal, especialmente da região genital e perianal, particularmente, antes e após o uso de instalações sanitárias e antes e após as relações sexuais.
Também é solicitado um fortalecimento da vacinação.
Segundo a DGS, os contactos de casos confirmados — coabitantes e contactos sexuais — devem ser vacinados até duas semanas após a última exposição.
Se forem ultrapassadas as duas semanas e a vacina não estiver indicada, a pessoa deve ser aconselhada a estar vigilante relativamente à sintomatologia e a reforçar medidas adequadas para impedir eventual transmissão, uma vez que esta pode ocorrer antes do aparecimento dos sintomas.
A DGS destaca ainda a promoção de estratégias de comunicação e promoção da saúde em colaboração com a sociedade civil, em especial na comunidade LGBT+.
A vacina contra a hepatite A está disponível mediante prescrição médica, em farmácias comunitárias, indica.