Dezenas de manifestantes pró-Palestina detidos em universidades dos EUA

A Universidade de Columbia, em Nova Iorque, cancelou hoje as aulas presenciais e a polícia deteve dezenas de manifestantes na Universidade de Yale, quando cresce a tensão nas universidades dos EUA por causa do conflito no Médio Oriente.

As medidas de segurança nestas duas universidades de elite nos Estados Unidos ocorreram horas antes do feriado judaico da Páscoa começar, na noite de hoje, perante um clima de tensão entre movimentos de apoio à criação de um Estado da Palestina e as autoridades.

A polícia deteve cerca de 45 manifestantes na Universidade de Yale – em New Haven, no estado de Connecticut, na costa leste – acusados de invasão de propriedade, tendo sido libertados sob promessa de comparecerem em tribunal.

Na semana passada, a polícia já tinha detido mais de 100 manifestantes pró-palestinianos na Universidade de Columbia, que montaram um acampamento no ‘campus’ da instituição de Nova Iorque.

A presidente da Universidade de Columbia, Minouche Shafik, escreveu hoje, numa nota dirigida à comunidade escolar, que estava “profundamente triste” com o que estava a acontecer no ‘campus’.

“Para diminuir o rancor e dar a todos nós a possibilidade de pensar nos próximos passos, anunciou que todas as aulas serão ministradas virtualmente na segunda-feira”, informou Shafik, acrescentando que professores e funcionários deveriam trabalhar remotamente, sempre que possível, e que os alunos que não morassem no ‘campus’ deveriam permanecer fora da Universidade.

Shafik disse que o conflito no Médio Oriente é uma situação lamentável e que compreende que muitos alunos estejam a passar por um profundo sofrimento moral.

“Mas não podemos permitir que um grupo dite as regras e tente interromper momentos importantes como a formatura para promover o seu ponto de vista”, defendeu a presidente da Universidade.

Nos próximos dias, um grupo de trabalho composto por diretores, administradores escolares e professores tentará encontrar uma solução para a crise universitária, garantiu Shafik, que não informou quando as aulas presenciais serão retomadas.

Vários estudantes da Universidade de Columbia e do Barnard College disseram que foram suspensos por participarem nos protestos da semana passada, incluindo Isra Hirsi, a estudante do Barnard e filha da congressista democrata Ilhan Omar.

Na Universidade de Yale, um numeroso grupo de manifestantes reuniu-se novamente após as detenções de hoje e bloqueou uma rua perto do ‘campus’, não havendo relato de violência.

Um porta-voz da universidade informou que as pessoas que não saíssem da praça central seriam detidas, alegando a necessidade de “ter em conta a segurança de toda a comunidade de Yale e de permitir o acesso às instalações universitárias”.

“Yale fornece orientações detalhadas sobre liberdade de expressão, reunião pacífica e solicitação de uso de espaços ao ar livre no campus. Desde o início do protesto, a universidade e o Departamento de Polícia de Yale têm trabalhado para reduzir a probabilidade de confrontos e prisões”, acrescentou o porta-voz.

O presidente da universidade, Peter Salovey, enviou um ‘e-mail’ à comunidade de Yale no domingo e alertou que ações disciplinares seriam tomadas de acordo com as políticas da escola.

Também as autoridades académicas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, da Universidade Brown (Rhode Island) e da Universidade de Nova Iorque tomaram medidas punitivas semelhantes contra estudantes envolvidos em protestos.

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