Desinformação médica no Facebook gerou perto de 4 mil milhões de visualizações

O Facebook não está a conseguir travar a difusão de desinformação médica relacionada com a Covid-19. Conteúdos enganosos geraram uma estimativa de 3.8 mil milhões de visualizações ao longo do ano passado, indica um novo relatório.

O relatório do grupo  activista sem fins lucrativos Avaaz, sedeado nos Estados Unidos, apurou que a disseminação de desinformação médica, no Facebook, ultrapassa a de informação proveniente de fontes fidedignas.

Os sites mais populares de disseminação de conteúdos receberam quatro vezes mais cliques do que entidades como o Centro de Controlo de Doenças dos Estados Unidos e a Organização Mundial de Saúde.

O consumo de desinformação sobre saúde, no Facebook, atingiu o seu pico em Abril, altura em que a pandemia se agravou e se tornou uma preocupação mais clara para as pessoas, revelou o Avaaz.

Só nesse mês, os sites de desinformação atraíram cerca de 420 milhões de cliques para páginas que incluíam informações prejudiciais – tais como supostas curas para a covid-19 – e teorias de conspiração relacionadas com o co-fundador da Microsoft, Bill Gates.

Apenas 16% dos artigos enganadores ou falsos analisados pelo Avaaz exibiam uma etiqueta de aviso dos verificadores de factos de terceiros do Facebook.

Os autores do relatório disseram ainda que cerca de 40% dos cliques foram gerados por apenas dez sites de informação enganosa.