Desempregados sobem para números não vistos desde a troika, sem contar com a pandemia: saiba os setores mais afetados

O número de desempregados registados nos Centros de Emprego teve, no primeiro semestre deste ano, o maior aumento desde os tempos da troika (meados de 2013), se se excluir 2020, ano marcado pela pandemia da Covid-19, revela esta terça-feira o ‘Diário de Notícias’, a partir dos dados do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP).

No final dos primeiros seis meses de 2024, o número de pessoas dadas oficialmente como desempregadas nos centros do IEFP subiu quase 10% face a período homólogo do ano passado: estavam sem trabalho 304.946 pessoas, mais do que em maio, quando a subida foi de 8,5%. E muito mais do que há um ano, no primeiro semestre de 2023, quando caiu quase 2%.

Os dados do IEFP mostram que o desemprego está a aumentar em todas as regiões do continente: já os arquipélagos dos Açores e da Madeira estão em sentido contrário.

De acordo com a publicação, nos 12 meses que terminaram no final de junho último, os centros do IEFP tinham mais de 27 mil inscritos, pessoas sem trabalho e que procuram emprego: em termos absolutos, o maior contributo para estes números chega do norte do país (com 12,2 mil pessoas sem emprego), onde também estão mais pessoas inscritas.

Segue-se a Região de Lisboa e Vale do Tejo, onde estavam registados cerca de 10,7 mil pessoas desempregadas

Por nível de instrução, as novas estatísticas do IEFP mostram que o desemprego mantém a maior subida mais entre quem tem Ensino Secundário (+19%) e curso superior (+11%). O desemprego nacional apenas recuou no grupo dos que têm até à 4ª classe, segundo os mesmos dados oficiais.

A atualização do instituto também permite concluir que as profissões mais afetadas pelo aumento do desemprego são pessoal administrativo (mais 4,2 mil sem trabalho e à procura), seguranças e vendedores (mais 4,9 mil) e trabalhadores não-qualificados não especificados (acréscimo anual de 8,2 mil).

O maior impulso no desemprego acontece nas atividades imobiliárias (aumento de 7,3 mil desempregados), na dupla alojamento e restauração (mais 4 mil desempregados), no comércio (mais 2,5 mil) e na construção (mais 1,8 mil casos).

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