Descoberta de grandes reservas de petróleo está a transformar a economia do ‘Rei do Cacau’

A Costa do Marfim, tradicionalmente conhecida pela sua produção de cacau e café, está a emergir como um novo foco de investimento para grandes empresas petrolíferas globais. Nos últimos anos, o país tem sido abençoado com grandes descobertas de petróleo e gás nas suas águas profundas, especialmente na região da África Ocidental.

Recentemente, a Eni iniciou a produção de petróleo no campo Baleine, marcando um marco significativo para o setor petrolífero do país. Espera-se que a produção aumente consideravelmente com o desenvolvimento das fases subsequentes do projeto, conforme detalhado pela Agência Internacional de Energia nos seus relatórios.

Além do projeto Baleine, a Costa do Marfim recebeu outra boa notícia com a descoberta do campo Calao, que pode conter entre 1.000 e 1.500 milhões de barris de petróleo equivalente. Esta descoberta, feita pela Eni no bloco CI-205 em águas profundas, representa um dos maiores potenciais de reservatórios já encontrados no país.

O presidente Alassane Ouattara revelou planos ambiciosos para aumentar a produção de petróleo do país para 200 mil barris por dia até 2027, um aumento significativo em relação aos atuais 60 mil barris por dia. Para alcançar essa meta, espera-se um investimento de 15 mil milhões de dólares (14 mil milhões de euros) no setor de petróleo e gás, visando transformar a Costa do Marfim num centro regional para a indústria de hidrocarbonetos.

Apesar das oportunidades económicas que o petróleo traz, surgem questões sobre como os benefícios que serão distribuídos entre a população, especialmente num país com um rendimento per capita modesto e desafios socioeconómicos significativos.