Depois de vender a sua empresa ao EBay, Bryan Johnson vende capacetes que “leem a mente”
Nas próximas semanas, a Kernel vai começar a enviar, para dezenas de clientes nos Estados Unidos, um capacete que vale mais de 40 mil euros que pode, em grosso modo, ler a mente, isto, porque estes capacetes contêm “ninhos” de sensores e outros componentes elétricos que medem e analisam os impulsos elétricos do cérebro e o fluxo sanguíneo, mediante a velocidade do pensamento, apresentando “uma janela” que reflete a forma como o órgão responde ao mundo.
A tecnologia já existe há anos, mas, por norma, assume a forma de um computador, que ocupa uma sala e custa milhões de euros. O CEO Bryan Johnson quis mudar esta maneira de trabalhar.
A Kernel é uma startup que está a tentar construir e vender milhares, ou até milhões, de capacetes leves e relativamente baratos, cuja precisão é a ideal para que neurocientistas, engenheiros informáticos e outros especialistas que querem estudar o crânio fora das universidades e sem necessidade de subsídios do Estado.
Os primeiros capacetes vão ser enviados a centros de pesquisa do cérebro e para empresas que desejem aproveitar os insights sobre como as pessoas pensam antes de comprar determinados bens, de forma a poderem aperfeiçoar os seus produtos.
Em 2030, Johnson espera que o preço desta ferramenta seja o mesmo que o de um smartphone, de forma a que todas as “as famílias americanas possam ter uma ferramenta destas em casa”.
Enquanto o empresário estava na Universidade Brigham Young, começou o seu próprio negócio vendendo telemóveis, o que deu para mais tarde ampliar a equipa e “contratar uma equipa de vendedores”. Pouco tempo depois, Johnson investiu numa empresa de incorporação imobiliária que acabou por falir, tendo sido obrigado a ir vender cartões de crédito porta a porta. Rapidamente o jovem se transformou no melhor vendedor da empresa para quem trabalhava.
Em 2007, o empresário fundou a Braintree , uma empresa de software focada em desenhar interfaces “simples e elegantes”. Em muito pouco tempo, Johnson começou a colaborar com os departamentos informáticos de grandes empresas como a Airbnb, OpenTable e Uber. Em 2013, a empresa foi compara pelo EBay por 746 milhões de euros. Anos depois, criou a Kernel.