Dentro do Cubo da Philip Morris

No Centro de Ciência, Inovação e Design da Philip Morris International está a ser arquitectado um mundo sem fumo. Há zonas interditas até mesmo para os próprios colaboradores, os mais de 400 cientistas, engenheiros químicos e técnicos de 40 nacionalidades. E as visitas são monitorizadas ao minuto.

Neste edifício envidraçado situado à beira lago, em Neuchâtel, na Suíça, é desenvolvido tudo o que diz respeito à inovação, ciência e design da Philip Morris International (PMI).

Mais conhecida pela sua marca Marlboro, a Philip Morris foi criada em 1902, em Nova Iorque, EUA, pela família do inglês Philip Morris, dono de uma tabacaria londrina no século XIX. Hoje é detentora de seis das 15 marcas de tabaco mais vendidas em mais de 180 mercados – da qual a Tabaqueira é subsidiária em Portugal. E tem em marcha uma das maiores revoluções do sector. «O nosso foco já não são os cigarros, tomámos a decisão de sair do negócio dos cigarros e passar para um mundo livre de fumo», aponta Simon Dowding, senior manager de Comunicação Global, no começo da visita guiada ao Cubo, inaugurado em 2009 – o mesmo onde foi criado o primeiro cigarro sem combustão, o iQOS. Diz já ter investido 6 mil milhões de dólares em investigação e desenvolvimento (R&D) de produtos de risco reduzido e vê na ciência a chave para esta transformação.

A área de R&D é trabalhada desde 2008, quando a Philip Morris ainda fazia parte da Altria – desde aí que já têm 4600 patentes no portefólio. Separado por uma estrada, está uma das seis fábricas da Philip Morris, que fabrica tabaco e Heets.

“Unsmoke world”
Se passearmos pelo edifício descobrimos laboratórios, escritórios e espaços de lazer, sempre com o rio do outro lado do vidro e, logo a seguir, a montanha. O Cubo é o coração da operação, o instrumento que dá ritmo à grande transformação que a Philip Morris está determinada a criar: um mundo sem fumo.

Estão a ser desenvolvidas soluções que dizem ser menos nocivas e que passam por cigarros electrónicos e vaporizadores de tabaco, como os heatsticks (ou heets) para a IQOS (i quit ordinary smoking) – o aparelho que se assemelha a um pequeno telemóvel e funciona como um carregador.

Estando hoje a trabalhar qualquer coisa como 450 cientistas. É de calcular que recursos e instrumentos não faltam para dar continuidade ao movimento global cujo objectivo é “desfumar” o mundo.

Estes laboratórios são em muito semelhantes aos do sector farmacêutico. Por isso não é de estranhar se se cruzar com cientistas, desde clínicos, toxicólogos, médicos, cardiologistas e pneumologistas. Ou não fizesse também questão de provar cientificamente a menor nocividade dos produtos.

 

Texto TitiAna Amorim Barroso, em Neuchâtel (Suíça)

Leia este artigo na íntegra na edição de Outubro de 2019 da Executive Digest

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