De Paris à Califórnia: governos apertam regras contra o aumento das rendas
Berlim, Copenhaga e Paris estão entre as cidades europeias decididas a combater o ritmo alucinante a que as rendas das casas têm subido. O objectivo é oferecer melhores condições aos residentes, para que não se vejam obrigados a procurar nova morada noutro destino.
A capital alemã, por exemplo, decidiu congelar as rendas durante cinco anos no que concerne apartamentos construídos antes de 2014. Segundo adianta o jornal CincoDías, a medida entra em vigor a 1 de Janeiro de 2020 e afectará cerca de 1,5 milhões de casas. Em Berlim, o preço das rendas saltou 104% desde 2009, tendo registado um crescimento de 20% só em 2017.
Já Paris tem em cima da mesa um plano para impor limites máximos e multas de 15 mil euros para quem não cumprir as novas regras: a Câmara Municipal estabelece um preço de referência em função do número de quartos, antiguidade do edifício e localização, entre outros factores, e os senhorios não poderão pedir um valor que ultrapasse em 20% esse preço. Considerada a cidade mais cara da Europa, Paris viu o arrendamento subir mais de 50% na última década.
Em Copenhaga, o esforço surge contra fundos de investimento como o Blackstone. As novas leis pretendem eliminar a cláusula que permite aos grandes proprietários aumentar consideravelmente as rendas caso sejam alvo de uma remodelação de mais de 34 mil euros.
Nos Estados Unidos da América, também o estado da Califórnia se junta à luta, seguindo o exemplo já dado anteriormente por Nova Iorque. Em Setembro passado, limitou os aumentos das rendas a um máximo anual de 5% (a que acresce a inflação) para casas construídas antes de 1995.
Especialistas citados pela mesma publicação alertam, porém, que medidas como estas poderão aliviar os inquilinos a médio prazo mas ter consequências negativas mais à frente. A longo prazo, poderão desincentivar a construção de novas casas e levar à degradação daquelas que já existem.