De Hong Kong ao Brasil até à Europa. Saiba onde estão a surgir reinfecções da Covid-19

Depois de Hong Kong e do Brasil os casos de reinfecção pelo novo coronavírus chegaram à Europa, mais concretamente à Holanda e à Bélgica, onde os cientistas confirmaram a existência de um caso em cada país.

No caso da Holanda a primeira reinfecção foi confirmada pela virologista, Marion Koopmans, assessora da Organização Mundial de Saúde (OMS). Trata-se de um idoso, cim um sistema imunitário «deteriorado», que já tinha recuperado da doença e voltou a contrair o vírus.

Por sua vez na Bélgica, a confirmação chegou através do especialista e conselheiro sanitário do governo, Marc Van Ranst. Aqui o caso remete para uma cidadã que já tinha recuperado da Covid-19, mas acabou por sofrer uma recaída três meses depois de ter contraído o vírus pela primeira vez. Segundo os cientistas trata-se de uma nova estirpe viral.

Recorde-se que também o Brasil, mais concretamente a cidade de São Paulo, está a investigar 15 casos de uma suposta reinfecção da Covid-19, ou seja, está a estudar doentes que voltaram a testar positivo para a doença viral, depois de terem recuperado, de acordo com o jornal ‘O Globo’.

Segundo a mesma publicação, o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo está a fazer o acompanhamento de sete dos 15 pacientes, já o Hospital de Ribeirão Preto acompanha os restantes oito casos.

Um deles diz respeito a uma enfermeira que contraiu o vírus em Maio, conseguiu recuperar-se da doença e cerca de 38 dias mais tarde descobriu que estava novamente infectada com a Covid-19, depois de apresentar alguns sintomas.

Por sua vez, na segunda-feira um grupo de investigadores de Hong Kong anunciou o primeiro caso confirmado de reinfecção do novo coronavírus e a Organização Mundial de Saúde (OMS) já veio confirmar que «é possível» que tal aconteça.

Segundo os especialistas da Universidade de Hong Kong, «um paciente jovem e aparentemente saudável registou um segundo caso de infecção por Covid-19, que foi diagnosticado 4,5 meses após o primeiro episódio», pode ler-se num comunicado divulgado ontem.

O relatório é preocupante uma vez que sugere que a imunidade ao novo coronavírus pode durar apenas alguns meses em determinadas pessoas, o que causa implicações para as vacinas que estão a ser desenvolvidas contra o vírus.

O homem de 33 anos apresentou apenas sintomas ligeiros na primeira vez que foi infectado e mostrou-se assintomático desta segunda vez. A reinfecção foi descoberta quando o paciente regressou de uma viagem a Espanha, segundo os investigadores, que adiantaram que o vírus sequenciado era muito semelhante à estirpe que circulava na Europa em Julho e Agosto.

«Os nossos resultados provam que a segunda infecção foi causada por um novo vírus que o paciente adquiriu recentemente, em vez de uma propagação viral prolongada», de acordo com Kelvin Kai-Wang To, microbiologista clínico da Universidade de Hong Kong, citado pelo ‘’New York Times’.

Maria van Kerkhove, especialista em doenças infecciosas da OMS, disse também na segunda-feira que é possível que se verifique uma reinfecção. «O que entendemos é que pode tratar-se de um caso de reinfecção. É possível», afirmou a responsável na conferência de imprensa do organismo, quando questionada sobre o caso de Hong Kong.

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