“De cimeiras a soluções”: COP27 deve concentrar-se em adaptar o mundo às mudanças climáticas, alerta responsável

Mahmoud Mohieldin garantiu que a cimeira da COP27, em novembro, realizada em Sharm el-Sheikh, no Egito, deve concentrar-se na adaptação à vida de uma clima em mudança e lidar com o financiamento por perdas e danos, dada a crescente frequência de eventos climáticos extremos. Segundo o responsável de alto nível das Nações Unidas sobre mudanças climáticas para o Egito, a adaptação “foi esquecida por mitos anos” nas conferências climáticas da ONU “por causa de uma suposição generosa de que estaremos a ir fantasticamente bem na mitigação, então ninguém se preocupou com a adaptação”.

“Mas estamos a enfrentar sérios problemas quando se trata de adaptação”, explicou, no Sydney Energy Forum. “Este grande país, a Austrália, tem mais do que o seu quinhão em eventos climáticos extremos.”

Mohieldin, professor de economia, ex-ministro egípcio de investimentos e vice-presidente sénior do Banco Mundial apontou que na conferência climática de novembro é necessário passar de “cimeiras a soluções” porque os eventos anteriores “esgotaram os dicionários ingleses de palavras de amor e carinho ao planeta”.

O Egito vai sediar a COP27 em Sharm el-sheikh em novembro e as negociações climáticas internacionais vão ocorrer à sombra da guerra na Ucrânia , bem como do aumento dos preços da energia e dos alimentos em todo o mundo.

No contexto de uma crise energética global desencadeada pela invasão ilegal da Ucrânia pela Rússia, os ministros da energia da Austrália, Estados Unidos, Japão e Índia reuniram-se pela primeira vez à margem do evento. Em comunicado, foi estabelecido “um compromisso partilhado” para acelerar as tecnologias de emissão zero necessárias para impulsionar a transção para baixas emissões – uma estratégia que, a longo prazo, “mitigaria as interrupções no fornecimento”.