Das obrigações chinesas aos ativos alternativos: Eis onde deve investir nos próximos dez anos
O JP Morgan divulgou esta terça-feira as previsões a longo prazo para o mercado de capitais.
De acordo com o banco norte-americano, os investidores devem incluir nas suas carteiras, obrigações chinesas assim como ativos alternativos, como fundos de capital de risco que investem em empresas não cotadas.
No espaço europeu, o JP Morgan espera que o mercado acionista arrecade um retorno médio de 6%, nos próximos dez anos, enquanto no mercado obrigacionista a percentagem desce para 1,1%.
“A carteira clássica, que detinha 60% do mercado de ações e 40% de obrigações, já não é uma fonte de ganhos como era antes”, explica Karen Ward, chefe de estratégias de mercado do JP Morgan para a Europa, África, Médio Oriente e autor de parte do documento.
Na última década, a chamada ‘carteira clássica’ registou retornos na ordem dos 6%. Para o futuro, os investidores devem reduzir a sua expectativa em 3%, caso queiram manter esta estratégia, segundo a instituição.
China, China e China
O relatório do JP Morgan é claro: apesar de o crescimento económico chinês ter abrandado para níveis próximos de 1990, o futuro das finanças escreve-se em mandarim.
“A China já representa um quinto do PIB global, mas o investimento estrangeiro no país é mínimo”, escreve John Bilton, responsável pelo departamento de ativos diversos do banco, para quem é essencial investir em ativos e obrigações chinesas.
A instituição financeira recomenda que os investidores apliquem o seu dinheiro tanto em ações chinesas quanto em títulos. “Calculamos que, com uma carteira de risco médio, é possível passar de um retorno esperado de 4,8% para um de 5,8%, sem que o risco assumido varie”, sublinha Bilton.
Ativos alternativos
A segunda ‘galinha dos ovos de ouro’, na ótica do JP Morgan, são os ativos alternativos. “Nos últimos anos, ficou claro que incluir estes ativos menos líquidos permite diversificar a geração de rentabilidade e, ao mesmo tempo, reduzir a volatilidade das carteiras”, diz Karen Ward, autora desta secção do documento.
Durante este ano, o JPMorgan estima que os retornos dos fundos de capital de risco em 2021 estão em 7%, com um nível de risco “muito controlado”. Para 2022, são esperados retornos ligeiramente maiores, de 7,2%. Nos fundos da dívida privada, o retorno foi de 6%, este ano.
O grande desafio para o setor de gestão de ativos é aproximar estes tipos de investimentos de um público mais alargado. Este tipo de fundo tem a peculiaridade de ser menos líquido, ou seja o dinheiro aplicado não pode ser esperado num curto espaço de tempo, como em outros produtos financeiros.
Nota: Esta notícia não dispensa a consulta do seu intermediário financeiro e do relatório publicado.