Das imparidades à melhoria do produto bancário: O que justifica os bons resultados do Novo Banco? Analista explica
O Novo Banco anunciou ter alcançado nos primeiros nove meses do ano um resultado líquido de 428,3 milhões de euros, um crescimento de 178% face ao mesmo período do ano passado.
De acordo com um comunicado divulgado pela Comissão de Mercados de Valores Mobiliários (CMVM), o banco disse que o aumento de mais de 274,3 milhões de euros nos primeiros nove meses, em comparação com o período homólogo, mostra o “crescimento sustentado do negócio demonstrativo da capacidade de geração de receita e capital, apesar do atual contexto macroeconómico, pressões inflacionistas e subida das taxas de juros”.
Segundo Nuno Mello, analista da XTB, “na conjuntura atual, estes resultados foram bastante positivos”, acrescentando que, até Setembro superaram em mais de quatro vezes os do BCP e foram também superiores aos 385,1 milhões de euros alcançados pelo Santander Totta”.
“Analisando estes resultados do Novo Banco conseguimos vir que existem dois fatores chave que contribuíram para a forte subida dos mesmos, e que não estão diretamente relacionados com a atividade bancária: o menor registo de imparidades e provisões, com o Novo Banco a reforçar as mesmas, até Setembro, no montante de 22,5 milhões de euros e a venda da sede, em Lisboa, que rendeu ao banco 71,5 milhões”, explica o analista.
Noutros indicadores, houve ainda uma melhoria no produto bancário comercial, que ascendeu a 209,2 milhões de euros, “resultado da evolução positiva das taxas de juro, e que mitigou parcialmente o menor desempenho dos serviços a clientes”.
“Estes resultados vieram solidificar a posição global do banco e reafirmar a capacidade do Banco de gerar receita, mesmo no contexto macroeconómico actual”, conclui Nuno Mello.
No terceiro trimestre do ano, o resultado do Novo Banco foi de 161,6 milhões de euros, uma variação de mais 30,3% face ao trimestre anterior.