Das ervilhas congeladas ao pão de forma: conheça os 10 produtos que mais aumentaram na última semana
Uma análise da DECO Proteste aos valores praticados revela que o preço do cabaz de bens alimentares essenciais “custa esta semana 206,35 euros, uma ligeira quebra face aos 206,39 euros que custava há apenas uma semana (2 de setembro), mas mais 12,38% do que custava a 23 de fevereiro, véspera da explosão do conflito armado na Ucrânia”.
A associação de defesa do consumidor tem monitorizado todas as semanas os preços de um cabaz de 63 produtos alimentares essenciais que inclui bens como peru, frango, pescada, carapau, cebola, batata, cenoura, banana, maçã, laranja, arroz, esparguete, açúcar, fiambre, leite, queijo e manteiga.
Esta semana, no período compreendido entre 1 e 8 de setembro, “os dez produtos com maiores subidas de preço foram as ervilhas congeladas (19%), curgete (13%), cereais, tais como o trigo, arroz e aveia (12%), café moído (9%), iogurte líquido de morango (8%), douradinhos de peixe (7%), cebola (7%), massa espiral (6%), alface frisada (6%) e, por último, o pão de forma sem côdea (5%).
Olhando para o período desde 23 de fevereiro deste ano, a DECO Proteste aponta que todas as categorias de produtos alimentares registaram subidas de preços, sendo que “a carne (17,46%) e o peixe (mais 14,05%) são as que mais se destacam, mas os laticínios (12,11%), as frutas e legumes (10,66%), a mercearia (9,72%) e os congelados (4,47%) também têm sofrido aumentos”.
Já os dez produtos que mais viram o seu preço aumentar entre 23 de fevereiro e 8 de setembro foram os brócolos (41%), couve-coração (32%), pescada fresca (31%), frango inteiro (31%), bife de peru (28%), óleo alimentar 100% vegetal (26%), bolacha Maria (25%), costeletas de porco (24%), café moído (21%) e dourada (20%).
A associação explica que este aumento se deve ao facto de Portugal estar “altamente dependente dos mercados externos para garantir o abastecimento dos cereais necessários ao consumo interno”, que “representam atualmente apenas 3,5% da produção agrícola nacional: sobretudo milho (56%), trigo (19%) e arroz (16%).
“E se no início da década de 90 a autossuficiência em cereais rondava os 50%, atualmente, o valor não ultrapassa os 19,4%, uma das percentagens mais baixas do mundo e que obriga o País a importar cerca de 80% dos cereais que consome”, acrescenta a DECO.
O organismo esclarece que “a invasão da Rússia à Ucrânia, de onde provém grande parte dos cereais consumidos na União Europeia, e em Portugal, veio, por isso, pressionar ainda mais um setor há meses a braços com as consequências de uma pandemia e de uma seca com forte impacto na produção e na criação de stocks”.
“A limitação da oferta de matérias-primas e o aumento dos custos de produção, nomeadamente da energia, necessária à produção agroalimentar, podem, por isso, estar a refletir-se num incremento dos preços nos mercados internacionais e, consequentemente, nos preços ao consumidor”, sublinha.
Para além disso, aponta “os consecutivos aumentos dos preços ao consumidor, nomeadamente em produtos como os combustíveis e a alimentação, estão a contribuir para um aumento da taxa de inflação”.